O que é Ugrito?
A Ugrito é a coleção de quadrinhos de bolso da loja e editora Ugra. São gibis autorais feitos por quadrinistas brasileiros, com histórias curtas, em cerca de 20 páginas. A cada dois meses, a Ugra busca publicar uma nova edição, assinada por um autor diferente. O valor dos Ugritos é sempre de R$8 e o formato 10,5 x 15 cm.
Conheça os títulos publicados até o momento:
Ugrito #1 – Crü
Chico Felix
O Chico já participou da MAD brasileira, publica esporadicamente a revista Gente Feia na TV pelo selo Prego e o zine Vomitorama por conta própria. Também já apareceu nas páginas das publicações norte-americanas Pork e Maximum Rocknroll, a bíblia do punk rock.
Ugrito #2 – Germes
Cynthia B.
A segunda edição da coleção Ugritos apresenta Germes, um pequeno épico médico-paranóico vertiginoso criado pela Cynthia B.
Ugrito #3 – Bastião da Justiça
DW Ribatski e Gabriel Góes
“O traço elegante e a irnoia fina dos textos do DW somados à arte-final impecável de Gabriel Góes, em um raro momento de parceria criativa. E ambos buscaram pelo mais difícil: a resposta à altura ao absurdo que se tornou o discurso neo-conservador-religioso-liberal-dicotomizante e violento no país. Em uma época onde os termos facista e comunista voltaram à moda, é preciso muito mais do que a ironia fina e o discernimento crítico pra nos defender. É preciso… um herói.” (Rafael Coutinho)
Ugrito #4 – Furiosas
Rafa Campos
“Rafa Campos resolveu tirar seu fim de semana para desenhar super heróis. Talvez para desafogar um pouco de suas influências dos velhos quadrinhos. É claro que não poderia faltar aquela espetada nos costumes de nossa sociedade contemporânea, que provavelmente não lhe causam preocupação, mas merecem piadas extraídas de seu caderninho de anotações. Às vezes o que queremos é simplesmente ler um quadrinho de aventura/ação.” (Tiago Elcerdo)
Ugrito #5 – Time Lapse
Thiago Souto
“Thiago Souto reflete sobre a relação do ser humano com o passado, o presente e o futuro. Em um lapso temporal, seu protagonista vislumbra possibilidades que estão por vir e muitas vidas que deixou para trás. Você tem em mãos o segundo gibi do quadrinista – o primeiro saiu há pouco mais de um ano. Ainda construindo seu presente, Souto tem um futuro instigante.” (Ramon Vitral)
Ugrito #6 – Seleção Natural
Marcatti e André Pijamar
“Marcatti foi a minha porta de entrada nas HQs. Eu estava prestes a desistir quando ele me acolheu, publicou meus primeiros zines e me ensinou muito do que sei até hoje. Marcatti é o maior nome dos quadrinhos independentes brasileiros. Pioneiro, radical e subversivo, nos assombra e nos diverte. O carinho e a dedicação com que se entrega aos quadrinhos não se esgota. E isso, garanto, não é fácil. Mestre e generoso com o meu trabalho, foi ele que me incentivou a fazer Transubstanciação, meu primeiro álbum. Do André Pijamar, que é filho do Marcatti, eu quase troquei as fraldas… Mas sei que, em breve, ele trocará as minhas. Amo esse menino.” (Lourenço Mutarelli)
Ugrito #7 – Fired
Ricardo Coimbra
“Se as pessoas amassem o próximo como o Coimbra odeia gente proativa, o mundo estaria salvo. Gente proativa e tatuagem de mandala, como ele odeia. Fired é mais um versículo na bíblia que ele está escrevendo sobre esse ser abjeto. Finalmente alguém imortalizou aquele desabafo impotente sobre o filho da puta que veste a camisa da empresa que declamamos para ninguém mais além do nosso copo vazio no balcão do bar. Se bem que o Coimbra faz isso também.” (Arnaldo Branco)
Ugrito #8 – A Mediocrização dos Afetos
Fabiane Langona
“Com segurança de sobra, Chiquinha sai desconstruindo suas próprias inseguranças diante dos olhos do leitor. Em cada balãozinho, se desdobra algum segredo íntimo de sua persona. E nós acabamos nos identificando aqui e ali com seu mundo caótico de pequenas alegrias, grandes ódios, tristezas abismais e dessa força vital que é o amor. Essa coisa de essência, talvez brega aos olhos de alguns, mas que, definitivamente, ou nos consome ou nos aproxima de nós mesmos e dos outros.” (Daniel Lafayette)
Ugrito #9 – O Retorno
Pedro D’Apremont
“Como integrante da working class, sempre peguei todo trabalho que aparecesse. numa ocasião, precisei de logos ilegíveis para bandas de death metal fictícias (?). Para quem eu pedi? Pedro D’Apremont. Sim, aquele rapaz educadíssimo é só a fachada de um Adorador do Cramulhão. Inclusive deve ter feito um pacto com o Coisa Ruim para desenhar tanto assim. Bem vindos ao mundo de monsieur D’Apremont: satanismo, camisas pretas, fogo e sacrifício humano.” (Allan Sieber)
Ugrito #10 – Cadeado
Juscelino Neco
“Tento ser uma pessoa melhor, mas então o Juscelino Neco faz essa Cadeado para a Ugra e eu fico aqui cheio de inveja de não ser o editor. Uma joia construída com humor, virtuosismo e sutileza.” (Rogério de Campos)
Ugrito #11 – Culpa
Cristina Eiko
“Quando conheci a CRISTINA EIKO, eu lembro de pensar imediatamente: ‘espero que ela seja minha amiga’. E é bizarro ler este quadrinho e ficar desconfortável com ele, porque é o exato oposto de como a Eiko, que é tão amável, me faz sentir. O poder desta história está neste desconforto que ela nos causa e que consegue, em tão pouco espaço, incomodar com tanta intensidade. A Cris é incrível!” (Bianca Pinheiro)
Ugrito #12 – Arrecém
Diego Gerlach
“Diego Gerlach é um desses autores que sabem construir histórias com maestria, mas sem deixar pomposo, pra lembrar que isso ainda é quadrinho. Seus personagens parecem reais, de carne, osso e sentimentos mesquinhos. Sim, Gerlach sabe de nós. Sabe o que fazemos de ruim! É dele também a melhor frase pra descrever nossos dias: Fora a distopia, está tudo bem. Artistas assim são raros.” (Weaver Lima)
Ugrito #13 – Le Monstre
Galvão Bertazzi
“Mais que uma simples história de amor, Le Monstre é a declaração definitiva da paixão de Galvão Bertazzi – o David Lynch dos pobres – por rock pauleira, maconha, criaturas gigantes sem cabeça, surrealismo, cidades em chamas, relacionamentos despedaçados, caos, tatuagem, gatos safados, desenhos urgentes, tramas polissêmicas (o famoso quadrinho de malandro), vazio interior, sexo ardente e café. Muito café.
Para Galvão, a vida nem sempre é besta.” (Márcio Jr.)
Ugrito #14 – Roomates, Mórbida Diferença
Bruno Maron
“Dois colegas de apartamento falam sobre a vida. Ou melhor, dois ex-personagens do jogo ‘Cara a Cara’ travam uma batalha existencial antes mesmo do café da manhã na casa que dividem. Alimentados por Bruno Maron, Tony e Henrique esgrimem desespero e angústia diante do leitor, que levará para sempre consigo a seguinte pergunta: ‘por acaso eu posso sair por aí me dizendo o Indiana Jones de Catanduva?’” (Alexandra Moraes)
Ugrito #15 – Incontinência Tripária
Victor Bello
“Incontinência Tripária tem tudo pra ser outro clássico instantâneo. Recheado dos tiques hilários de sempre, Victor Bello dessa vez imerge sua linguagem coloquial e gelatinosa tão fundo na escatologia que ameaça flertar com a transcendência; a afeição do autor por retratar os perdedores mais consumados – mas curiosamente capazes dos feitos mais extraordinários – continua rendendo barrigadas histéricas ao público.” (Diego Gerlach)
Ugrito #16 – Ruído
Paulo Crumbim
“Paulo Crumbim é o desmonte, é a geometria com nanquim para confundir. Bate com imagens como uma máquina de surrar roupas sujas, cospe palavras como um apontador joga o excesso. É sua conta e não risco entrar.” (Ferréz)
Ugrito #17 – Óleo Sobre Tela
Aline Zouvi
“Visitar um museu com a Aline Zouvi é sempre uma experiência especial e perturbadora, posso garantir pra vocês. Aliás, desde que nós vimos a exposição do Toulouse-Lautrec juntas, eu danço maravilhosamente o cancan francês.” (Gauthier)
Ugrito #18: Brasil.exe
Rodrigo Okuyama
“A vida em permanente estado de cacofonia. Rodrigo Okuyama sintoniza sua mirada em uma sociedade mediada por telas e interfaces. Uma narrativa de relacionamento virtual, violência real e diálogo composto de monólogos. Okuyama usa a linguagem das HQs para criar uma provocação de impacto.” (João Varella)
Ugrito #19 – Lombra
Lovelove6
“Suave e pesado, um grito de ‘basta!’ e uma semente de esperança. Nesta história sem palavras, Lovelove6 nos leva ao som de uma sinfonia sobre medo, vulnerabilidade, amor, coragem e um ato de fé – em meio à intolerância e ao ódio. É uma fantasia, mas é real. Sinta essa Lombra!” (Sirlanney)
Ugrito #20 – Assassino na Casa
Fábio Vermelho
“Detesto o trabalho de Fábio Vermelho. Acho horroroso. Gore. Mal desenhado e mal escrito. Por que diabos, então, não consigo parar de ler avidamente suas histórias? Onde foi que me equivoquei? Em nome de tudo que considero sagrado, sigo buscando uma resposta. Sob cada hachura, entre cada vírgula, sigo buscando uma resposta…” Marcello Quintanilha
Ugrito #21 – Eu Fiz Uma História em Quadrinhos
Fabio Zimbres
“O existencialismo cômico de Fabio Zimbres funciona como uma chuva de novas sinapses neurológicas para o cérebro entediado. Anseios agorafóbicos… Com desenhos… É mais legal… É cru e cativante! Bem dissimulada, como uma boa historinha deve muito de ser.” Ivo Puiupo
Ugrito #22 – Rubik
Felipe Portugal
“Tem algo especial que está ali desde sempre, uma potência já reconhecível nos trabalhos iniciais de todo artista interessante. O tempo passa e o sabor melhora enquanto o cozinheiro desenvolve suas técnicas. Felipe Portugal é o melhor quadrinista da minha geração. Ok, essa é uma afirmação meio irresponsável, mas estamos falando de gibi, né? Pela liberdade que o ofício concede, já repeti essa frase inúmeras vezes, e nunca me arrependi. Aqui, novamente, ele mostra o porque.” (Max Andrade)
Ugrito #23 – Uma Última Chance Para o Mundo
Gabriel Dantas
“Os biscoitinhos de morango do Gabriel Dantas são deliciosos. Ficam ainda melhores quando o mundo está prestes a acabar.” (Wagner Willian)
Ugrito #24 – Aparição
Amanda Miranda
“Aparição é um quadrinho para a gente de pouca fé. Para os sensatos. Os que sabem que não tem ninguém cuidando de nós. Não há lugar confortável no mundo de Amanda Miranda. Se há uma ferida na alma, é lá que ela vai sujar os dedos de tinta e de tudo. Porque a alma e o mundo são lugares de sujeira e ruído e o trabalho dela é assim: barulhento, bruto e sem medo de nada.” (Shiko)
Ugrito #25 – Plástica Fantástica
Kainã Lacerda
“O trabalho de Kainã Lacerda é, ao mesmo tempo, grotesco e cativante. Suas histórias unem seu humor sujo e exagerado com uma arte primorosa, além de um olhar sincero e preciso sobre nossas vidinhas mundanas. Meio como se Jerry Seinfeld e Mel Brooks entrassem juntos com A Mosca de Cronenberg no teletransportador.” (Marcos KZ)
Ugrito #26 – A Decepção Final
Bruno Guma
“Harry’s Circumcision deve ser a música mais soturna do soturno Lou Reed. E Bruno Guma, ao adaptá-la para esta HQ, cria uma narrativa visual inquietante a partir da história de alguém deslocado de si mesmo. Ouça a canção, leia o gibi: ambas as obras se complementam por meio de suas particularidades.” (Thiago Borges)
Ugrito #27 – Dawgz
Beatriz Shiro
“Esqueça toda aquela paumolência do gibi brasilidades. BEATRIZ SHIRO abre o portão da moralidade para os humanos e caninos rejeitados e a selvageria punk vai acasalar com a primeira perna que ver pela frente. Dawgz é o cachorro cuzão que você quis ter na infância, mas nunca ajudaria a cuidar.” (Carlos Panhoca)
Ugrito #28 – Tubão
Lobo Ramirez
“Déti metal, tripas, gorfo e biritas são os ingredientes principais que LOBO RAMIREZ utiliza para tecer estes necromundos pútridos – recobertos de aço e moicanos – que vemos ao decorrer das páginas de suas obras, das quais sentimos escorrer algum fluído viscoso e fétido.” (Matheus Esquizo)
Ugrito #29 – Judite
Vitorelo
“Breve relato que não deixa esquecer o poder da revolta. Judite tem estratégia, Vitorelo também. Judite usa das suas palavras e do lugar que lhe jogaram no mundo com sabedoria, e Vitorelo também. Que esse quadrinho sirva de convite para quem for Judite ter a perícia de ataque, e alerta: quem se vê maior, será lembrado que não é.” (Lalo)
Ugrito #30 – Mundo
Ivo Puiupo
“A pulpa é a camada mais interna e macia do dente, protegida pela rigidez da dentina e selada com esmalte. A maciez do dente abriga essa história que pulsa como os nervos atrofiados, introspectivos vasos sanguíneos sufocados pelo tecido conjuntivo. Nós conhecemos a dor antes de aprender a linguagem e Ivo é capaz de imprimir a experiência através de sua obra abstrata, dissonante e cômica. Puiupo é a vanguarda do quadrinho brasileiro.” (Amanda Miranda)
Ugrito #31 – Os Pássaros
Dieferson Trindade
“Dieferson Trindade é um poeta da sujeira urbana. Seu desenho é feio porque o mundo é feio. E, incrivelmente, ele consegue fazer poesia disso tudo.
Um garoto trans abusado e abandonado consegue se conectar com o pai através de um pequeno traço de afeto que sempre escapa.” (Alexandre Linck)
Ugrito #32 – Barreira
Jéssica Groke
“Jéssica Groke explora sem cerimônias a interioridade do mundo das imagens. Trata-se da linhagem de boas autoras que explodem a narrativa visual e literária a partir dos silêncios e da revelação do que não pode ser visto, a camada de linhas e formas invisíveis sobre os desenhos visíveis que adicionam inúmeros sentidos à narrativa. A infância, a memória, o passado, em seu terror e em sua paixão, são matérias substanciais das linhas apresentadas com a mesma sensibilidade que funda e reside, oculta, nos joelhos em sangramento e nas cercas de arame farpado.” (Paloma Franca Amorim)
Ugrito #33 – Deslembrar
Lalo Sousa
“Dá para sentir saudades de um lugar do qual não se lembra? Uma criança sempre sabe quando está perdida? A partir de uma ferramenta lúdica raramente explorada nos quadrinhos nacionais – o RPG –, Lalo tece uma narrativa de alta fantasia com os afetos de se criar e viver uma história coletiva.” (Kael Vitorelo)
Ugrito #34 – Quem Pecar Vai Pagar!
Max Andrade
“A força dos quadrinhos do Max Andrade está em algo que não há curso que ensine, não há técnica que aperfeiçoe e não há ciência que reproduza: Max é sincero. Cristalino. E, pelo visto, ninguém pode tirar isso dele.” (Felipe Portugal)
Ugrito #35 – Novos Jovens
Daniel Paiva
“Grande figura dos quadrinhos canábicos BR, Daniel Paiva usa a erva para explanar o Brasil e sua nefasta guerra às drogas, o submundo de seus condomínios e o bairro do Limoeiro. E também para falar das grandes ideias que vivem nos baseados enrolados e nas cucas maravilhosas dos brenfeiros e brenfeiras desse país.” (Batista)