De Ed Brubaker e Sean Phillips
144 páginas
Mino | 2024
Tradução: Dandara Palankof
Entre os universos criados por Ed Brubaker, Reckless é, para nós, o menos envolvente. Não que seja uma série ruim, muito pelo contrário, todos os volumes que lemos têm histórias bem contadas, como praticamente tudo do roteirista. Ainda assim, há algo em Reckless que parece não nos atrair tanto e, depois de tantas leituras do autor, é quase inevitável fazer comparações.
A trama de Morte aos Monstros começa com o cinema de Ethan, o El Ricardo, em chamas, enquanto ele procura por Anna. No entanto, o protagonista logo é atingido por um homem usando máscara de gás. Voltamos quatro meses para entender os eventos que levaram a essa situação. Seguindo o mesmo recurso narrativo dos volumes anteriores, combinando uma trama principal com flashbacks, Brubaker aproveita este terceiro volume para explorar a amizade entre Ethan e sua parceira de negócios, Anna. Enquanto o flashback conta como os dois se conheceram, a trama principal foca em um momento turbulento que a amizade enfrenta.
Ethan é contratado pelo vereador Isaac Presley, que suspeita que seu pai foi traído por um sócio, levando à sua morte. Ethan e Anna mergulham na investigação, que se desenrola para um enredo de corrupção política e situações à la P. Diddy.
A HQ é emocionante e, como de costume da série, prende a atenção do início ao fim. Porém, ainda há a sensação de que essa é a repetição de uma história já vista outras vezes, só que agora com a assinatura de Brubaker e Sean Phillips.
Em relação ao visual, não há nada de novo a acrescentar. Com Phillips nos desenhos e seu filho Jacob nas cores, a arte mantém a qualidade dos volumes anteriores. É tudo muito eficiente e bem feito.
Reckless é uma leitura que entretém e cumpre muito bem seu papel de divertir. Porém, quando comparada a outros trabalhos da dupla, a série fica alguns degraus abaixo, o que não significa que não valha a pena ser lida.