De Joe Hill e Gabriel Rodriguez
160 páginas
Geektopia | 2021
Tradução: Maurício Muniz e Eliane Gallucci
Se os volumes anteriores de Locke & Key prendiam nossa atenção com um ritmo alucinante e muitas perguntas que se amontoavam, temos agora um quinto volume cheio de respostas. Joe Hill e Gabriel Rodriguez não necessariamente pisam no freio, afinal o ritmo continua muito bom, mas optam por voltar no tempo para esclarecer a origem de alguns personagens e das muitas chaves da Keyhouse.
No presente, os irmãos Tyler e Kinsey usam a chave do tempo para viajar ao passado. Primeiro ao longínquo ano de 1775, para conhecer a origem das chaves forjadas por Benjamin Locke, principalmente da chave Omega, tão procurada por Dodge. E depois a 1988, quando o pai de ambos decide, junto aos seus amigos, abrir a Porta Negra, trancada justamente pela chave Omega.
Essas duas sequências trazem respostas para muitas das pistas deixadas ao longo dos volumes anteriores. Por isso, Locke & Key é uma série que é verdadeiramente aproveitada quando lida em sequência. Ou seja, quanto menor o intervalo de tempo entre a leitura entre um volume e o outro melhor o leitor consegue compreender o roteiro inteligente desta HQ.
Não somos grandes fãs da arte de Gabriel Rodriguez e temos dito isso ao longo das edições. Apesar disso, é notável como aos poucos os traços (às vezes um pouco duros) do desenhista se encaixam no universo da série. Um exemplo é a caracterização de Dodge. Não importa a forma que ele assuma, seu olhar, sua identidade sempre estará bem retratada ali.
Joe Hill costura os elementos em Locke & Key de uma maneira que nos deixa mais instigados a cada edição. Pudemos compreender melhor os rumos da série neste quinto volume? Claro. Mas ainda há muito a ser solucionado por Tyler e Kinsey (e o pequeno Bode?) no presente e isso nos deixa muito curiosos para o desfecho, no sexto e último volume.