De Terry Moore
400 páginas
Devir | 2020
Tradução: Guilherme Miranda
O quarto volume de Estranhos no Paraíso é, até aqui, a edição mais lenta da série. Terry Moore é habilidoso no desenvolvimento de seus (muitos) personagens, mas, em alguns momentos, a história parece não avançar. A primeira metade deste volume é envolvente e avança a trama após os acontecimentos vistos na terceira edição. Porém, as voltas na história parecem todas serem direcionadas ao mesmo fim: a separação entre Francine e Katchoo.
Não é a primeira vez que dizemos que as amigas são a alma da série. Estranhos no Paraíso é muito sobre a dinâmica de amizade e relacionamento das duas. Porém, nesta edição, as idas e vindas da história passam a se tornar cansativas aqui. E, de certa maneira, previsíveis. Isso é o ponto baixo da trama até aqui.
Este também é o volume menos divertido. Enquanto as edições anteriores sempre tinham um toque especial de humor (exagerado, caricato e até pastelão em alguns momentos), essa possui poucos momentos com essa leveza.
O curioso é que o próprio Moore brinca com o fato de sua história dar voltas demais e se tornar cansativa. Com uma pitada de metalinguagem, ele insere uma personagem (que não revelaremos aqui para não trazer spoilers), que recebe críticas de sua editora pela maneira prolixa como retrata a história que esta escrevendo. O nome? Estranhos no Paraíso. Essa mesma que também estamos acompanhando.
Apesar dessa “barriga” no roteiro, a arte de Moore segue linda e expressiva. É claro que seguiremos acompanhando essa história. Restam apenas dois volumes e, após o desenvolvimento lento dessa edição, estamos mais curiosos do que nunca para saber que rumo a história irá tomar a partir de agora.