De Mariko Tamaki, Javier Fernandez e Jordie Bellaire
64 páginas
Panini Comics | 2023
Tradução: Yuri A. O. Primitz
Mariko Tamaki faz uma história que pouco impressiona em Batman: Um Dia Ruim – Duas Caras. O que deveria ser uma história, em teoria, mais voltada para o vilão, se torna uma trama comum e um tanto previsível do Homem-Morcego.
Harvey Dent procura o Batman porque recebe uma ameaça envolvendo a festa de 88 anos de seu pai. Bruce Wayne pouco questiona quais seriam as intenções do Duas Caras com esse pedido de ajuda, afinal, interpreta que aquilo é um resquício de Dent, ainda preocupado com sua família, a despeito de tudo o que o vilão já causou.
Batman não apenas concorda em proteger a festa de aniversário, como também inclui Cassandra Cain e Stephanie Brown na missão. A parceria com as duas traz mais leveza para o quadrinho, mas a trama ainda não empolga. Tamaki até tenta prender nossa atenção com a dualidade (óbvia) do Duas Caras: será que Harvey Dent está ali ainda ou o lado vilanesco dominou por completo aquele homem? Porém, a resposta é previsível, o que quebra qualquer suspense.
A arte de Javier Fernandez, somada às cores de Jordie Bellaire, é bem funcional, mas nada que vá muito além disso. A caracterização do pai de Dent está longe da de uma pessoa de quase 90 anos e as cenas de ação praticamente não causam impacto. Sejamos justos, há, sim, boas cores e enquadramentos interessantes, mas a arte não é inspirada, como um todo.
Para uma leitura sem muitas expectativas, Batman: Um Dia Ruim – Duas Caras pode até passar como uma boa história. Mas vindo do ótimo Batman: Um Dia Ruim – Charada, a comparação é inevitável. Temos pouquíssimo aprofundamento no personagem-título, que, no fim das contas, parece apenas um vilão fazendo vilanias, como em qualquer outro gibi do Batman.