Ânsia Eterna

10 junho 2020

De Verônica Berta
56 páginas
SESI-SP | 2018

Baseado em contos da romancista do século XIX, Júlia Lopes de Almeida (a idealizadora da Academia Brasileira de Letras), Ânsia Eterna, de Verônica Berta, mostra a que veio logo nas primeiras páginas. A quadrinista resgata histórias de outros tempos, escritas pelas mãos de uma mulher que ousava em um período em que a literatura não era uma atividade considerada própria para as damas.

Em três contos, observamos algumas regras sociais daquele período, assim como várias outras realidades desse passado, mas que seguem sendo questões para os dias atuais. A adaptação de texto é boa, embora algumas histórias não cheguem a empolgar. Além disso, a artista (por escolha própria, como ela mesma explica no prefácio) não poupa Júlia Lopes de Almeida, e traz o texto da autora com bastante fidelidade, sem amenizar problemas como algumas ideias racistas da autora (visto que era uma mulher branca, de classe média, vivendo em meados do século XIX). O belo trabalho de Verônica está na parte gráfica da HQ, que conta com painéis estilizados. Os traços da quadrinista são originais e a diagramação das páginas bem formulada.

Publicado pela SESI-SP Editora, Ânsia Eterna é uma obra de fácil leitura e com bom ritmo. Pode não ser uma HQ impactante ou cheia de reviravoltas, mas com certeza, é uma leitura que pode te fazer pensar nas origens de algumas questões e dilemas que ainda persistem nos nossos tempos.

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