A Menor Distância entre Dois Pontos é uma Fuga

13 novembro 2021

De Gabriel Nascimento e de João Henrique Belo
140 páginas

Independente | 2021

Uma obra inventiva, que convida o leitor para uma experiência de leitura que reforça as possibilidades dos quadrinhos enquanto mídia. A Menor Distância Entre Dois Pontos é Uma Fuga é tudo isso e mais um pouco. Fruto da criatividade de Gabriel Nascimento e de João Henrique Belo, este quadrinho é daqueles que quanto menos você souber sobre a obra, quando embarcar na leitura, melhor. Isso porque um dos pontos mais interessantes da trama é justamente o exercício que ela propõe a quem está lendo.

Impressa em papéis coloridos nos tons rosa, amarelo e azul, temos três histórias. A de um jovem militar, que embarca rumo à Itália, para lutar representando o Brasil na Segunda Guerra Mundial. A de uma mulher que vive em uma cidade do interior e tem uma jornada dupla de trabalho. E a de um homem internado em um hospital psiquiátrico. O quadrinho é completamente mudo e vamos percebendo alguns detalhes e nuances dessas três histórias por meio da ótima narrativa da dupla.

A Menor Distância Entre Dois Pontos é Uma Fuga consegue, com essa proposta diferenciada, contar uma história que dá visibilidade a histórias não contadas. É uma HQ representativa, que aborda temas contemporâneos, mas olhando também para o passado e para os recortes feitos pela História. É difícil dizer o quanto o quadrinho é potente, sem revelar partes da trama. Mas é seguro afirmar que a proposta de Gabriel Nascimento e de João Henrique Belo é executada com primor, em uma trama poética e criativa, sem jamais parecer pretensiosa.

A arte de João Henrique Belo é bonita, com quadros bem pensados e um ritmo muito fluido. Os desenhos são sempre em preto, sobre papel colorido, como havíamos comentado. Ah, e como o quadrinho não tem balões, cada detalhe da arte é relevante para que o leitor absorva a história.

A Menor Distância Entre Dois Pontos é Uma Fuga é uma das melhores HQs brasileiras que lemos este ano. Uma trama potente, que foge do óbvio, principalmente na forma, e que consegue provocar no leitor aquele “click” impactante ao final da obra.

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