De Terry Moore
342 páginas
Devir | 2021
Tradução: Guilherme Miranda
Chegar ao fim de Estranhos no Paraíso nos trouxe aquela emoção especial de concluir uma leitura que nos acompanhou por um bom tempo. Ao longo de seis volumes, acompanhamos a relação do “trisal” formado por David, Katchoo e Francine, povoada também por outros personagens cativantes como Tambi e Casey.
Neste sexto volume, Terry Moore deixa de lado o ritmo lento de alguns dos volumes anteriores para arrematar sua trama. Temos uma edição focada em resolver os problemas e fazer revelações. Sim, mesmo no último volume, o autor consegue encaixar mais plot twists na trama. Após muitas idas e vindas, o roteiro de Moore encaixa diversas situações que permitem que Francine e Katchoo fiquem juntas. Porém, o estado de saúde de David pode adiar o reencontro das amigas.
A maneira como Moore construiu seus personagens fez com que nos apegássemos a cada um deles (em níveis diferentes, claro). Por isso, essa despedida possui um valor sentimental. No entanto, é inegável que alguns pontos da trama foram concluídos de uma maneira simplista e novelesca demais, até para os níveis da série. Desde o início Moore nunca escondeu que Estranhos no Paraíso era um “novelão”, com todas as delícias e riscos que isso poderia trazer à série. E é assim que a trama se encerra, com ares de “último capítulo”. Destaque para a editora Devir, que finalmente concluiu o quadrinho no Brasil, após uma série de outras editoras deixarem a publicação incompleta.
Se disséssemos que não ficamos satisfeitos, estaríamos mentindo. Porém, temos certeza que o desfecho não é uma unanimidade. A série se estende mais do que o necessário na nossa opinião. Terry Moore acerta e erra ao longo da trama e, neste sexto volume, também é assim. Na verdade, é uma sensação agridoce despedir desses personagens. Moore pode não ter feito um trabalho impecável, mas Estranhos no Paraíso, sem dúvidas, nos conquistou do início ao fim.