De Rio Youers e Tom Fowler
144 páginas
Panini Comics | 2022
Tradução: Lielson Zeni
Refrigerador de Cabeças leva os leitores de volta à Ilha de Brody, no Maine, meses depois dos acontecimentos da HQ Cesto de Cabeças. Apesar de ser apontada como uma sequência, Refrigerador de Cabeças tem trama própria e independe da leitura do álbum anterior, com o qual compartilha a ambientação e um objeto: o misterioso machado viking que faz com que uma cabeça decepada siga com vida. Ah, além de mais um outro detalhe, mas este estragaria a surpresa.
Escrito por Rio Youers e desenhado por Tom Fowler, uma equipe criativa diferente do “antecessor”, o quadrinho acompanha Cal e Arlene, um casal que parece estar visitando a ilha para tirar férias. Mas, rapidamente, eles se envolvem numa confusão com uma gangue de motociclistas e percebemos que, tanto eles quanto os motociclistas, não estão ali por acaso e, sim, à procura do artefato mágico.
Mitologia nórdica, tubarão branco e muito horror gore, assim é a história de Youers, que expande o universo criado por Joe Hill e Leomacs em Cesto de Cabeças, trazendo mais armas mágicas, novos personagens e muito exagero.
De fato, a HQ diverte e até deixa a porta aberta para novas sequências. No entanto, seu conjunto é menos inspirado do que o volume original. O roteiro não traz tanto suspense e surpresas quanto Cesto de Cabeças. É tudo mais direto. Sem falar que toma rumos um tanto duvidosos, para não dizer cafonas, após a metade. Outro ponto que fica a desejar é a arte de Fowler, que nem sempre é clara nos painéis de ação.
Parte da Hill House Comics, selo de terror da DC Comics com curadoria de Joe Hill, Refrigerador de Cabeças teve bom início, mas se perdeu no exagero de sua própria mitologia. É um quadrinho bizarramente divertido, só não espere mais do que isso.