A Família da Casa de Bonecas

De Mike Carey, Peter Gross e Vince Locke
160 páginas
Panini Comics | 2021
Tradução: Heitor Pitombo

Mike Carey e Peter Gross, a dupla por trás de “O Inescrito” (série da Vertigo, que foi lançada no Brasil pela Panini Comics), se reúnem para mais uma colaboração. Em A Família da Casa de Bonecas, os dois apresentam uma trama com uma premissa complexa, retratando problemas como a violência doméstica, em uma mescla com terror. No entanto, apesar do início interessante, a HQ perde ritmo e se torna uma leitura arrastada.

Na história, que foca inicialmente na atmosfera familiar, o leitor acompanha Alice, uma criança que, no seu aniversário de seis anos, herda uma casa de bonecas do século XIX. Rapidamente, a menina descobre que o brinquedo tem vida própria e que, dizendo algumas palavras mágicas, ela consegue diminuir de tamanho e, assim, visitar a casa e seus moradores.

Com um pai extremamente agressivo, Alice usa esse “novo mundo” para fugir de sua realidade. Porém, nem tudo é o que ela imagina e, ao longo da HQ, vamos ver que a casa guarda vários segredos.

De longe, o ponto alto do quadrinho é a protagonista. Alice se torna uma mulher decidida, forte e independente. Baita acerto de Carey. Porém, com o passar das páginas, o roteiro perde fôlego. Os flashbacks não funcionam, os personagens da casa de bonecas não recebem tanta atenção, a trama fica arrastada e a caracterização do vilão… Bem, melhor não comentar. Apesar desse ponto específico, as ilustrações de Peter Gross e as cores de Cris Peter são competentes e funcionam para o clima assustador do quadrinho.

Publicada como parte do selo Hill House, A Família da Casa de Bonecas tem uma trama lenta, que garante bons momentos, mas é uma leitura completamente esquecível. Uma obra que indicamos para fãs do gênero, mas, se você não é um admirador de histórias de terror, não está perdendo uma grande leitura.