De Warren Ellis e John Cassaday
432 páginas
Panini Comics | 2019
Tradução: Eduardo Tanaka e Érico Assis
Planetary é uma das leituras mais complexas que já fizemos. A obra de Warren Ellis com arte de John Cassaday foi um grande marco nos quadrinhos, apresentando uma história ambiciosamente cheia de camadas, com várias referências. O que estimula o leitor a pensar, pensar e pensar sobre o que acabou de ler.
Publicada entre 1998 e 2009, a HQ acompanha uma organização secreta intitulada Planetary, que viaja ao redor do mundo investigando fenômenos estranhos. A cada capítulo inúmeras referências são jogadas ao leitor, embora muitas delas não sejam tão claras. Talvez, a forma como tudo coexiste seja maior mérito da obra. Ellis pega referências de diversos gêneros possíveis e, de certa maneira, esses elementos funcionam no mesmo mundo, naturalmente. A dinâmica dos três personagens principais é muito bacana e o mistério ao entorno de Elijah Snow instiga o leitor.
As ilustrações de John Cassaday são incríveis. Os painéis criativos em cada capítulo comprovam o quanto foi acertada a escolha de ter o ilustrador como parte da equipe criativa da obra. Destaque também para as cores de Laura Martin e David Baron.
Definitivamente, Planetary não é uma obra fácil, a história não é contínua, às vezes o capítulo seguinte não tem vínculo com o capítulo anterior, apesar de tudo se conectar aos poucos. Sentimos falta de notas explicativas sobre algumas referências e contextos nos extras preparados pela editora Panini, ao fim da HQ. Para nós, a obra funcionou melhor após ouvir o programa especial que o quadrinho ganhou na edição 99#, do podcast Confins do Universo.
Pela complexidade do gibi, essa é uma obra que merece ser lida outras vezes, para absorver mais e mais seu conteúdo. E, quem sabe, daqui um tempo não teremos uma outra opinião sobre esse clássico moderno dos quadrinhos.