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De Xavier Dorison e Joël Parnotte
96 páginas
QS Comics | 2025
Tradução: Alessandra Bonrruquer
O Mestre das Armas é um quadrinho direto ao ponto, talvez até demais. Ambientada no início do século XVI, a história tem como pano de fundo o conflito religioso entre católicos e os que futuramente seriam conhecidos como protestantes. Escrita por Xavier Dorison e ilustrada por Joël Parnotte, a HQ retrata um momento em que os princípios da Igreja e sua autoridade começam a ser questionados.
Nesse cenário, conhecemos Hans Stalhoffer, ex-mestre de armas do rei Francisco I da França, que decide se isolar após um duelo que terminou empatado, com um conde interessado em tomar seu posto. Esse adversário usava uma espada diferente da tradicional e esse detalhe tem grande importância para um dos temas mais discutidos na obra: a honra
Anos depois, Stalhoffer é procurado por um antigo amigo, que chega acompanhado de um jovem aprendiz. Eles pedem sua ajuda para cumprir uma difícil missão: levar até Genebra a tradução da Bíblia para o francês, com o objetivo de imprimir e torná-la acessível ao povo. Para eles, a palavra de Deus não deveria estar reservada ao latim. No entanto, a tradução era proibida, uma vez que os poderosos temiam perder sua autoridade.
E é a partir desse ponto que a história engrena, transformando-se em uma aventura repleta de sangue, combates brutais e perseguições, na qual os três personagens acabam descobrindo mais sobre si mesmos e o sentido da missão.
Marcada por um ritmo acelerado, a narrativa peca justamente pela pressa. Esse é, sem dúvidas, o aspecto que mais incomoda durante a leitura da HQ. Apesar de apresentar um enredo relativamente simples, a obra pincela diversos temas que poderiam ter mais desenvolvimento. No entanto, mesmo com o ritmo acelerado dos acontecimentos, Xavier Dorison consegue trabalhar muito bem o suspense. O leitor é tomado pela ansiedade à medida que a jornada avança.
Lançada pela QS Comics, O Mestre das Armas é uma HQ que, apesar de sua cadência, se destaca como uma leitura intensa e visualmente impactante. Com uma trama fechada, ambientada em um período histórico turbulento, a obra cumpre bem sua proposta de entreter, ao mesmo tempo em que levanta questões relevantes sobre fé e poder.
