[Especial]

MPEG se expande com contratação de editor da Panini; leia entrevista com o fundador da editora

10 junho 2025
Por Fora do Plástico
Foto: Divulgação MPEG

Na última semana, um anúncio chamou a atenção no mercado editorial: o editor de mangás da Panini, Pedro Catarino, agora fará parte da equipe da MPEG. A movimentação faz parte de medidas de expansão da editora, que vêm firmando seu espaço no cenário da publicação de mangás no Brasil. “Com o passar do tempo e o aumento da nossa produção, junto a novas licenças que chegaram, ficou inevitável não aumentar a equipe“, explica o fundador da MPEG, Gabriel de Vicente, ao Fora do Plástico.

A escolha por um profissional já experiente, com passagem pela maior editora de quadrinhos do país, foi pensada dentro da proposta da MPEG, sinaliza Gabriel. Pedro Catarino irá atuar ao lado de Diógenes Diogo, que já havia trabalhado na Mythos e na NewPOP, e participou da estruturação da MPEG, desde sua primeira publicação, o primeiro volume de “Gash Bell!” em 2023. “Tanto o Diógenes quanto o Pedro reforçam nossa vontade de ter pessoas que entendam do mercado e ao mesmo tempo possuem um olhar fresco para ele. Ambos já possuem larga experiência e acreditamos que ouvir ambos ajudam em nossas decisões, inclusive para todas as novidades que estão por vir”, conta Gabriel.

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Sem medo de criar expectativas, o fundador da editora alerta que entre as novidades está um “GRANDE” título, que será anunciado em breve. “Esperamos fazer história mais uma vez”. Além disso, com o aumento do corpo editorial, a MPEG planeja melhorar a periodicidade de seus lançamentos, a principal crítica dos leitores. O projeto é que, até o fim do ano, a editora tenha no mínimo, de 5 a 6 títulos mensais, “mesclando gêneros, demografias e fazendo isso de uma forma que impacte o mínimo possível no bolso de nossos clientes que têm nos apoiado tanto”, projeta Gabriel.

A preocupação com o bolso do leitor é citada com frequência pela MPEG. Em sua participação na Rodada de Lives deste ano, a editora anunciou que não faria reajuste dos mangás em 2025, na contramão do que é comum entre suas concorrentes no mercado. “Nossa meta é tornar mangás acessíveis a todos. Isso significa ter eles no mercado, e fazer com que cheguem ao máximo de pessoas possíveis”, destaca o Gabriel, que ressalta que apesar do preço do papel e da instabilidade econômica, a MPEG continuará a estudar possibilidades para manter a meta. “Sabemos que não será um caminho fácil, mas estamos prontos para balançar o mercado.”

Estande da editora no Anime Friends de 2024 | Foto: Divulgação MPEG

Papo completo

Confira abaixo a entrevista completa com o fundador da MPEG, Gabriel de Vicente.

Fora do Plástico: Quando você percebeu que era o momento certo para expandir a editora? Houve algum lançamento específico (ou momento) que funcionou como ponto de virada?

Desde o início da editora, quando chamei o Diógenes para me ajudar a tocar o projeto, já tinha em mente a ideia de expansão da editora. Com o passar do tempo e o aumento da nossa produção, junto a novas licenças que chegaram, ficou inevitável não aumentar a equipe. Nesse ponto, conversamos internamente e além de darmos oportunidade para novas pessoas, também buscamos um nome de peso e experiência, no caso, o Pedro Catarino. Tanto o Diógenes quanto o Pedro reforçam nossa vontade de ter pessoas que entendam do mercado e ao mesmo tempo possuem um olhar fresco para ele. Ambos já possuem larga experiência e acreditamos que ouvir ambos ajudam em nossas decisões, inclusive para todas as novidades que estão por vir.

Se for pra dizer um momento chave, além da nossa parceria cada vez mais sólida com a Kodansha e com editoras especializadas como a Shu-Cream, além do nosso desejo de investir em mais obras nacionais, eu diria que foi a licença de um GRANDE título que anunciaremos em breve e deve parar o mercado Brasileiro. Esperamos fazer história mais uma vez.

Fora do Plástico: Com o aumento do corpo editorial, podemos esperar uma mudança na periodicidade das publicações? Essa expansão também indica que a MPEG pretende publicar mais títulos mensais?

Com certeza! Temos aumentado a equipe desde o início do ano com o intuito de melhorar cada vez mais a periodicidade das obras que já temos. Sabemos que esse é um dos pontos principais das críticas do público e é algo que levamos muito em consideração, por isso é um tema que constantemente conversamos em nossas reuniões. Consequentemente, com uma equipe maior, conseguimos pensar em ajustar tais pontos e até mesmo, quem sabe,em publicações mensais, tendo a certeza que não haverá atrasos ou pecaremos em algum ponto do material. Queremos entregar tudo em uma velocidade maior, mas sem abrir mão da nossa qualidade que é um dos fatores mais marcantes de nossa editora.

Nossa meta é ter, no mínimo, de 5 a 6 títulos mensais na editora até o fim do ano, mesclando gêneros, demografias e fazendo isso de uma forma que impacte o mínimo possível no bolso de nossos clientes que têm nos apoiado tanto.

Foto: Divulgação MPEG


Fora do Plástico:
Em um mercado tão competitivo, quais estratégias você adota para manter a MPEG relevante e com identidade própria?

Desde a nossa primeira publicação eu venho prezando muito pela qualidade e preço que entregamos, como consumidor eu não gosto de pagar caro por algo que não vale a pena. Essa já é uma identidade da MPEG, nosso público já nos conhece por isso. Outro ponto é a curadoria de títulos, buscamos sempre trazer o que o público pede, além de estarmos abertos às críticas, sejam elas boas ou ruins, para melhorarmos no que for preciso.

Não é incomum já ver a MPEG sendo usada como padrão de qualidade, seja pelos nossos brindes, seja pelo nosso serviço editorial. Estamos sujeitos a erros, mas estamos prontos para melhorarmos em todas as áreas que nos forem apontados. Foi assim com Gash Bell no passado. Será assim com todos os nossos títulos e projetos. Além do público, a imprensa tem um papel fundamental nisso. Temos que entender que valorizar as críticas e manter a cabeça que elas não são feitas para nos prejudicar e sim para que possamos evoluir ainda mais.

Fora do Plástico: Títulos como “Gash Bell” e “Beck” pareciam esquecidos pelo mercado brasileiro. O que levou a MPEG a apostar neles, e como funciona o processo de curadoria diante da concorrência com editoras maiores?

Sobre Beck e Gash Bell, acredito que foi curadoria e sorte. Sorte desses títulos estarem disponíveis para licença e das editoras japonesas confiarem em nosso trabalho, mesmo com tantas outras editoras no Brasil. Curadoria por termos uma equipe que está sempre de olho no mercado e no que vem sendo pedido, além de observarmos tendências e investirmos em obras de qualidade que acreditamos que podem dar certo em nosso mercado.

Hoje, podemos nos orgulhar de todos os nossos títulos estarem dentro de nossas expectativas. Sabemos que nem sempre os mangás que queremos vão estar disponíveis ou somente com a MPEG tentando licenciar, recentemente teve um que gostaríamos muito de publicar, porém quando a editora japonesa nos disse que a obra em questão entraria em disputa com outra editora, recuamos. Existe uma infinidade de títulos bons no Japão, entrar em disputa só deixa o mangá mais caro para o consumidor. No fim, também somos consumidores e queremos que as obras venham para o Brasil, seja pela MPEG ou outra editora.

Como dissemos para vocês anteriormente na Rodada de Lives, nossa meta é tornar mangás acessíveis a todos. Isso significa ter eles no mercado, e fazer com que cheguem ao máximo de pessoas possíveis. Sabemos que o papel e a economia são impeditivos, mas continuaremos a estudar possibilidades para que isso aconteça. Por isso, contamos com o apoio de todos em nossos futuros projetos. Sabemos que não será um caminho fácil, mas estamos prontos para balançar o mercado.

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