De André Diniz
120 páginas
Jupati Books | 2017
Protagonizado pelo solitário Zaqueu, Matei Meu Pai e Foi Estranho, de André Diniz, traz a história do jovem albino à procura de seu lugar no mundo. O garoto tem um relacionamento familiar conturbado e uma vida escolar deslocada, uma vez que não se sente pertencente a aquele espaço.
O drama é narrado através do olhar do protagonista, que tem sua vida ainda mais bagunçada quando descobre um segredo de seu pai que promete afetar toda família. Diniz é bastante feliz no roteiro, com um ótimo texto, que nos deixou compadecidos pela situação do personagem. Matei Meu Pai e Foi Estranho também pode ser interpretado como uma história sobre a depressão, na qual o protagonista é sufocado pela sociedade e suas esperanças são destruídas. Camadas que tornam a obra ainda mais interessante. Com seu traço quadrado e tracejado já característico, André Diniz cria um universo que carrega a estranheza presente na vida de Zaqueu.
É interessante perceber como os quadrinhos são capazes de dialogar com a vida. A história de Zaqueu permitiu que tivéssemos uma conexão muito natural com o protagonista e uma reflexão profunda sobre os dramas de sua vida.