De Jeff Smith
512 páginas
Todavia | 2019
Tradução: Érico Assis
Com o terceiro volume de Bone, a editora Todavia conclui, pela primeira vez, a publicação da saga de Jeff Smith no Brasil. É difícil nos despedirmos de personagens que acompanhamos ao longo de mais de mil páginas, mas Jeff Smith consegue concluir sua história de forma digna, mantendo a marcante identidade da série.
Misto de épico, aventura, humor e com uma mitologia própria, Bone se consagrou como um quadrinho para diversos públicos e idades. Porém, neste volume, a trama chega em seu momento mais denso e até mesmo lento, quando Espinho, Fone Bone e Vovó Ben precisam solucionar o caos que se instaurou no Vale. Em boa parte desse tomo, a obra se parece mais com um épico clássico, com diálogos longos e, às vezes, pouco necessários.
Porém, ao longo da evolução da leitura o ritmo acelera e ficamos cada vez mais ansiosos para conferir o desfecho de toda a trama, um ótimo suspense. Algumas resoluções pareceram exageradas, outras já nos agradaram, mas é inegável que Jeff Smith se manteve fiel ao tom que cunhou para sua obra. Até o fim, Bone teve o gostinho de uma aventura divertida, leve, descompromissada, mas ao mesmo tempo complexa.
A conclusão como um todo nos agradou bastante e já encerramos este terceiro volume com vontade de voltar ao primeiro tomo, para lê-lo novamente. Bone nos cativou desde o primeiro instante pelo seu humor (presente mesmo nos momentos mais tensos, como no auge da guerra contra o Senhor dos Gafanhotos) e pela belíssima construção de personagens. Foi emocionante percorrer toda essa trajetória ao lado de Fone, Smiley, Phoney, Espinho, Vovó Ben, Lucius, Bartleby e até mesmo as estúpidas criaturas ratazanas (e sua quiche).