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Há meses, leitores têm se manifestado sobre os atrasos da editora IndieVisivel Press, responsável pela licença dos quadrinhos de Power Rangers no Brasil e casa de sucessos nacionais como “48km” e “Lampião”. As queixas se concentram em problemas no recebimento de pedidos feitos pelo site da editora ou por meio de campanhas no Catarse, além da dificuldade de comunicação com a empresa. Na última semana, foi a vez de quadrinistas publicados pela IndieVisivel virem a público manifestar seu descontentamento.
Oi, gente, acho que já passou da hora de conversarmos sobre isso.
Muitos de vocês têm vindo até mim por não terem recebido seus livros, perguntando o que fazer, já que também não conseguem respostas da editora, então vamos a alguns esclarecimentos 🧵PUBLICIDADE— levi 🏳️⚧️ machado de assis de calcinha (@sasyk_) April 8, 2025
Em uma publicação no X (antigo Twitter), o autor da série “Pillow Talks”, Levi, escreveu que se sentia “de mãos atadas diante da situação em relação aos atrasos e falta de comunicação”. Constantemente procurado pelos leitores em busca de atualizações sobre HQs em atraso, o quadrinista explica que toda a logística de envios é de responsabilidade da IndieVisivel por contrato. “Do lado de cá também estamos com dificuldades na comunicação entre editora e artista. Sigo insatisfeito e bastante chateado com a situação”, expõe Levi.
Dias depois, IaraNaika, autora de “48km”, quadrinho que arrecadou cerca de R$160 mil em uma campanha do Catarse executada pela editora, reforçou as queixas de Levi quanto à dificuldade de contato com a IndieVisivel. “A equipe de comunicação da editora não está respondendo não só aos clientes, como também aos próprios artistas que trabalham com eles”, disse a artista em uma postagem no X. Além disso, Iara revelou atrasos nos pagamentos, que vêm ocorrendo desde o final de 2023.
É com muito pesar que venho fazer esta declaração pública, pois não encontrei outra forma de obter respostas concretas a pedidos que já foram feitos por meios formais e informais. (+) pic.twitter.com/4ms7yRkC4J
— iaraNaika (@iaraNaika) April 11, 2025
Segundo a quadrinista, em conversa com outros colegas, percebeu que “os problemas são generalizados e qualquer pessoa pode verificar a falta de transparência e a omissão de informações sobre essas questões recorrentes”. O atraso no recebimento também foi citado nas redes pela artista Germana Viana, que publicou “Carmilla” pela editora.
Entre as avaliações negativas do Reclame Aqui, estão dezenas de postagens relacionados às séries dos Power Rangers, como “Go Go Power Rangers”, “Mighty Morphin Power Rangers” e o especial “Rede Estilhaçada”. Porém, muitos quadrinhos nacionais e até projetos de RPG também figuram entre os relatos. É o caso do quarto volume de “Lampião”, financiado no Catarse em maio de 2024, última campanha da editora para uma HQ brasileira.
Com os comentários das últimas publicações em sua página do Instagram trancados, a IndieVisivel não fez qualquer comunicado sobre as questões apontadas pelos quadrinistas. No entanto, enviou um comunicado em resposta à solicitação do Fora do Plástico.
Na nota, a IndieVisivel afirma que está atualizando os apoiadores em newsletters sobre os prazos, e ainda esta semana, fará uma nova atualização sobre todos os projetos em andamento.
Já sobre os atrasos de pagamento mencionados pelos autores, a editora diz que é “de conhecimento geral que os projetos da editora são dependentes de financiamento coletivo. Infelizmente, alguns projetos acabaram com um resultado aquém do projetado após a arrecadação efetiva frente aos reais custos de produção, distribuição e demais despesas envolvidas. Lamentamos que esta situação acabou gerando rombos nos fluxos de pagamento“. A editora completa que irá honrar todos os compromissos e pendências assumidos.
Ainda na nota, a IndieVisivel nega que tenha as dificuldades de contato alegadas pelos artistas e diz que a equipe esteve “integralmente disponível para atender os artistas e autores, inclusive através de aplicativos de mensagens rápidas como Telegram e WhatsApp”. A editora finaliza que está trabalhando para resolver as queixas de artistas e apoiadores “da forma mais rápida, eficiente e transparente possível”.
