De Bastien Vivès, Florent Ruppert e Jerome Mulot
128 páginas
Pipoca & Nanquim | 2019
Tradução: Érico Assis
A junção do ótimo Bastien Vivès com os autores Ruppert e Mulot deu origem a uma experiência de leitura memorável, em A Grande Odalisca. Apesar de parecer uma HQ de aventura à primeira vista, a história vai muito além ao abordar dramas pessoais de cada protagonista e suas relações, tudo com bom humor e uma arte impressionante.
Poderia ser um filme de Hollywood, mas A Grande Odalisca tem tom do cinema europeu. Seja com a ambientação, seja pela forma de narrar, os três autores fazem um trabalho marcado por suas identidades ao contar a história das ladras de arte Carole e Alex. Com inegável talento para o crime, as duas topam qualquer missão, mas precisam buscar reforços quando o assunto é o roubo do quadro A Grande Odalisca, no Museu do Louvre. Para isso, as duas contam com a ajuda de Sam, uma habilidosa piloto de motos.
A trama carrega altas doses de ação e, claro, algumas situações absurdas próprias desse gênero. Porém, tudo isso é equilibrado de forma ágil com as vivências das protagonistas e subtramas bem divertidas, que dão bom ritmo à HQ. Há também um quê de erotismo por aqui, que adiciona mais uma dimensão à obra. Tudo isso é aliado a um traço delicado e enigmático, resultado da combinação dos estilos dos três quadrinistas. Para nós, o modo fluido como são desenhados os rostos e o cuidado com os cenários são alguns dos pontos altos do gibi.
Leve, mas nada inocente, A Grande Odalisca chega ao Brasil pela editora Pipoca & Nanquim, com um belo acabamento. O quadrinho já possui uma sequência, dedicada a dar continuidade às aventuras das três ladras. Ou seja, mal podemos esperar para conferir Olympia!