De Benjamin Percy e Juan José Ryp e Frank Martin
120 páginas
Skript | 2023
Tradução: Mario Luiz C. Barroso
Mesmo não propondo nada que você já não tenha visto sobre apocalipse zumbi, o primeiro volume de Ano Zero, HQ publicada pela Skript Editora, se provou uma leitura divertida. Contudo, apesar de reprisar a estrutura narrativa vista na edição anterior, Benjamin Percy se perde no roteiro e toma decisões tão ruins neste segundo volume que nos fazem perder interesse pelo título.
Quatro novas tramas, de diferentes personagens, em um mundo dominado por mortos-vivos. Por mais que Percy tenha sentido a necessidade de espelhar todos os elementos da primeira edição, a repetição da fórmula está longe de ser o problema aqui. O segundo volume de Ano Zero despenca de qualidade por conta do seu roteiro.
Temos um amontoado de personagens com os quais você não poderia se importar menos, diálogos sem graça na grande maioria da trama e um desenvolvimento tão irracional que chega a ser patético. Há que se comentar também sobre o uso indiscriminado de estereótipos na construção dos personagens, o que só torna esses protagonistas mais desinteressantes. Talvez o único ponto de destaque são as cenas de ação, mas as coisas boas param por aí.
Uma nova equipe de ilustradores faz parte desta edição. Juan José Ryp e Frank Martin são os responsáveis pelas artes e, ainda que seus desenhos busquem expressividade, o resultado são quadros endurecidos, em que a narrativa parece acontecer em flashes.
Ano Zero 2 é uma leitura que, infelizmente, pode fazer você querer o seu tempo de volta. Ao contrário do primeiro volume, que estava longe de ser incrível, mas era um bom entretenimento, esta edição não chega sequer a ser um passatempo.