De Junji Ito
376 páginas
Pipoca & Nanquim | 2021
Tradução: Drik Sada
Junji Ito, o mestre do horror, apesar de ser considerado um dos grandes mangakás contemporâneos, inexplicavelmente, é pouco publicado no Brasil. No entanto, esse cenário promete mudar com a editora Pipoca & Nanquim que acaba de publicar Tomie, em dois volumes, e já garantiu outros três títulos para o próximo ano.
A primeira obra de Ito, serializada originalmente no Japão de 1987 a 2000, é um horror cheio de elementos estranhos, como de costume das obras que já lemos do autor. Na história, acompanhamos Tomie, uma jovem que foi assassinada pelos colegas de classe e teve seu corpo espalhado em vários pedaços pela cidade. No dia seguinte, ela reaparece na escola como se nada tivesse acontecido, e é a partir deste mistério que Junji Ito começa sua história de terror bizarra.
Cada capítulo funciona como um conto independente, mas, em todos, temos uma garota Tomie manipulando homens a fim de brincar com a sanidade dos personagens, os levando à fúria. O que quase sempre termina em uma situação trágica. É como se o acontecimento do primeiro conto fosse o responsável por espalhar várias “Tomies” pelo Japão e todas com o mesmo objetivo.
As ilustrações oscilam durante a obra, o que é normal pelo longo período de publicação. No início, a arte é menos aprimorada e, ao longo do mangá, observamos nitidamente a evolução de Junji Ito como artista.
Mais uma ótima obra do mangaká, o primeiro volume de Tomie foi uma leitura assustadora. Como ponto negativo, fica a nossa única preocupação: a possibilidade de a trama ficar enjoativa na edição seguinte. Tomie é uma leitura violenta, intensa e chocante. Um quadrinho ideal para os amantes do terror.