De Claudio Nizzi e Alberto Giolitti
244 páginas
Mythos | 2025
Tradução: Julio Schneider
Dando sequência à coleção Tex Gigante publicada pela Mythos, o segundo volume, Terra Sem Lei, apresenta uma queda considerável de qualidade. A história infelizmente repete engrenagens narrativas do volume anterior e empanturra o leitor de situações previsíveis.
O episódio escrito por Claudio Nizzi e ilustrado por Alberto Giolitti até prende a atenção pela forma como se desenrola, mas não vai muito além disso. Trata-se de uma trama excessivamente simples, com personagens unidimensionais e pouco desenvolvidos, em que o desfecho de cada evento não traz surpresas.
Como comentado, a construção da HQ segue um modelo muito parecido com o do primeiro volume, em que Tex e Carson partem para salvar um homem perseguido por pessoas poderosas, que o querem morto. Nesta edição, ao investigarem os motivos por trás do conflito, Tex e seus companheiros acabam descobrindo uma rede criminosa que domina uma pequena cidade com base no medo e na intimidação.
Assim, entre perseguições e tiroteios, a história avança sem grandes consequências. Essa, inclusive, é uma das principais críticas à trama: os vilões são amadores e nunca chegam a representar uma ameaça real. Com exceção de uma situação no final, o protagonista está sempre um passo à frente, resolvendo tudo com facilidade. Esse arquétipo de protagonista perfeito é irritante porque tira qualquer tipo de tensão na história, tudo se torna previsível e sem emoção.
Os desenhos de Alberto Giolitti são competentes e bastante detalhados, com um traço bem característico de histórias da Bonelli.
Por fim, mesmo sem grandes surpresas no roteiro, Tex Gigante – Vol. 2, consegue prender o leitor pela aventura que instiga a curiosidade sobre o caminho até o desfecho, ainda que seja fácil prever como tudo vai terminar.