Sentient: Consciência Artificial

30 agosto 2021

De Jeff Lemire e Gabriel Walta
168 páginas
Panini Comics | 2021
Tradução: Douglas Bettioli

É notável que existe um conceito interessante por trás de Sentient: Consciência Artificial, de Jeff Lemire e Gabriel Walta. Esta é uma história com ótimo início, mas que infelizmente desanda na segunda metade, ao apressar a trama e resolver as situações de forma conveniente, subestimando, assim, o leitor.

O ano é 2105. O Planeta Terra está ficando inóspito e a esperança é uma nova colônia. Para povoar esse local, naves são enviadas com grupos de sobreviventes. A caminho da colônia, uma destas embarcações sofre um ataque e a viagem não sai como planejada. Todos os adultos morrem e só sobrevivem seus filhos. Agora, a inteligência artificial da nave precisa lidar com as crianças para que elas sobrevivam e cheguem ao destino.

A HQ tem ótimo início. A ideia da IA agindo como mãe controladora e os conflitos entre as crianças são bem aproveitadas. Porém, quando as ameaças “de verdade” começam aparecer, o roteiro arranja soluções simples. Sem contar que o quadrinho pincela temáticas relevantes, mas não faz questão alguma de aprofundá-las, ou seja, se mantém raso.

As ilustrações de Gabriel Walta são competentes neste gibi. Não são um grande destaque, mas também não deixam a desejar.

Sentient deixou um gostinho de que poderia ser mais, de que poderia ser uma história maior. Uma ficção científica redondinha, com início, meio e fim, mas que peca nos exageros e na falta de profundidade.

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