[Especial]

Por que o único mangá inédito no Brasil é o favorito do Harvey Awards?

13 agosto 2025

Premiações costumam ser um bom termômetro do que pode chegar ao Brasil. No caso dos mangás, porém, não é necessário uma bola de cristal. O mercado brasileiro costuma acompanhar de perto o que acontece lá fora, especialmente em outros países do Ocidente. Nesta semana, o Harvey Awards anunciou os indicados da sua tradicional premiação de quadrinhos. Entre os cinco finalistas da categoria Melhor Mangá, só um ainda não chegou ao Brasil. E, ironicamente, é justamente o favorito ao prêmio, colecionando vitórias em outras premiações.

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Confira abaixo quais são os quatro indicados já lançados por aqui e qual mangá inédito é o “queridinho do momento”.

“O cara que estou a fim não é um cara?!” pode até não ser considerado um favorito, mas conquistou, recentemente, uma indicação ao American Manga Awards 2025. Escrita e ilustrada por Sumiko Arai, a série chegou ao mercado norte-americano pela Yen Press. Na história, o leitor acompanha Aya, uma estudante do ensino médio que está muito interessada em um “moço” misterioso que trabalha em uma loja de CDs, e que na verdade é Mitsuki, sua colega de classe que, fora da escola, tenta viver no anonimato. A obra está em andamento desde 2023, quando a autora começou a publicar os seus capítulos no Twitter (atual X), e passou a ser lançada de forma impressa, no Japão, pela editora Kadokawa naquele mesmo ano.

Em 2024, o título desembarcou no Brasil pela NewPOP. Até agora, a editora brasileira lançou dois dos três volumes disponíveis no original e, em setembro, será publicada uma reimpressão do volume de estreia do mangá com capa variante.


“Wind Breaker” é a grande surpresa em meio a uma seleção de títulos com bastante reconhecimento por parte da crítica internacional. O shounen de Satoru Nii é publicado no Japão desde 2021 e segue em andamento. Serializado na revista Magazine Pocket, da Kodansha, o mangá é uma típica história de colegiais delinquentes, à maneira de “Tokyo Revengers” e outras da mesma natureza, das quais já se estabeleceu uma verdadeira tradição entre os quadrinhos japoneses.

Adaptado para um anime de duas temporadas produzido pelo estúdio CloverWorks, a obra acumula, até então, 22 volumes. No Brasil, a série é editada pela Panini, tendo o seu 20º número programado para o mês de outubro. Nos EUA, o título é da Kodansha US.

“O Verão em que Hikaru Morreu” é, por outro lado, um dos fortes candidatos ao prêmio. A obra de Mokumokuren já soma um currículo de respeito: foi indicada duas vezes ao American Manga Awards (2024 e 2025), nomeada ao Prêmio Eisner em 2024, entrou para a prestigiada Seleção Oficial do Festival de Angoulême em 2025 e, para completar, também disputou o Harvey no ano passado. Não à toa, vem conquistando cada vez mais leitores ao redor do mundo.

Em andamento no Japão com sete volumes encadernados, o mangá tem seus capítulos veiculados na Young Ace Up, revista seinen da Kadokawa, desde 2021. A versão norte-americana, intitulada “The Summer Hikaru Died”, é editada pela Yen Press, enquanto no Brasil o quadrinho é licenciado pela Panini. Com aproximadamente 3,5 milhões de cópias em circulação, a série ganhou uma adaptação em anime pelo estúdio Cygames Pictures, atualmente disponível na Netflix.

A trama aborda o desaparecimento de Hikaru, um garoto morador de uma pequena vila que sumiu por uma semana. Após o seu retorno, o seu melhor amigo, Yoshiki, passa a desconfiar que há algo de errado com Hikaru, e acaba descobrindo uma verdade atormentadora.

“Atelier of Witch Hat” também está entre um dos prováveis ganhadores da categoria. Sucesso de público e crítica, o mangá de Kamome Shirahama é o único da lista que já venceu o Harvey Awards, em 2020, mesmo ano em que também conquistou o Prêmio Eisner de Melhor Edição Norte-Americana de Material Asiático. Lançada em inglês pela Kodansha US, a série está em andamento no Japão desde meados de 2016, com 14 volumes encadernados.

O quadrinho traz em seu enredo a garota Coco, uma jovem que embora não tenha nascido com o dom da magia, alimenta o sonho de se tornar uma bruxa, até que uma reviravolta acontece em sua vida.

Na próxima quinzena de agosto, a Panini, que publica a obra no Brasil desde 2019, lançará o seu 13º livro. Sua repercussão no mercado internacional garantiu a “Atelier of Witch Hat” uma exposição temática no Festival de Angoulême, na França, em janeiro. Com mais de 6 milhões de cópias em circulação pelo mundo, a série conta com um anime a caminho, previsto para estrear em 2026. Em dezembro, o título receberá, nos EUA, um artbook com pré-venda disponível no Brasil.

Chegou a vez de falar do favorito: “Tokyo These Days”. Só neste ano, o mais recente trabalho de Taiyo Matsumoto já levou o L.A. Times Book Prize, na categoria Melhor Quadrinho; o Prix Asie de la Critique ACBD, principal prêmio de mangás da França; e o Eisner de Melhor Edição Norte-Americana de Material Asiático. Além disso, em 2024, Taiyo foi laureado com o prêmio de Autor do Ano no Lucca Comics pela obra. Publicado nos Estados Unidos pela Viz, a impressionante façanha alcançada pelo mangá em várias premiações internacionais a credencia como grande favorita nesta categoria do Harvey Awards.

Publicado no Japão entre 2019 e 2023, pela editora Shogakukan, a série é completa em três volumes. Na história, Kazuo Shiozawa, um experiente editor de mangás prestes a se aposentar, revisita antigos autores e colegas em uma série de encontros marcados por memórias e desilusões com a indústria. À medida que reencontra figuras de sua trajetória, ele reflete sobre sua carreira, a arte e os sentidos da vida. Até o momento, “Tokyo These Days” não foi licenciado por nenhuma editora brasileira.

Ainda sem data e horário definidos, a cerimônia da edição atual do Harvey Awards será transmitida ao vivo no site da premiação. No ano passado, o vencedor na categoria Melhor Mangá foi o seinen “Delicious in Dungeon”, obra completa em 14 volumes recém-concluída no Brasil pela Panini. Confira todos os indicados AQUI.

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