Apoie o Fora do Plástico!
A Muso, empresa responsável por coletar dados relacionados à pirataria no mundo todo, revelou que as visualizações de mangás pirateados aumentaram em 56% em 2024. O consumo das HQs japonesas por meio de exibição ilícita vem crescendo desde 2019: nos últimos cinco anos, a pirataria aumentou 347%.
Segundo dados da Muso, a alta na pirataria de mangás equivale a 16,5 bilhões de dólares no primeiro trimestre e 27,7 bilhões no quarto. Em comparação, a exibição ilícita de programas de TV cresceu em 36% em 2024, com 25,1 bilhões de dólares no primeiro trimestre e 32,2 bilhões no quarto. Os Estados Unidos e a Indonésia lideram como os maiores consumidores de pirataria.
Um dos motivos para esse aumento significativo é a dificuldade de obter acesso aos mangás de forma legal, revela a Muso. As razões variam entre a falta de lojas físicas próximas, os volumes já esgotados e os altos preços das plataformas digitais oficiais de leitura (que não estão disponíveis em alguns países e nem sempre têm traduções oficiais para muitos idiomas). Os sites piratas acabam por compensar esses problemas com traduções não oficiais, mas que têm lançamento simultâneo ao original, além de oferecerem o mesmo produto de graça ou a preços mais acessíveis.
Em resposta, as editoras e o governo japonês elaboraram diversas medidas que aumentam a fiscalização da distribuição de mangás. As medidas incluem a denúncia de danos econômicos e culturais causados pela pirataria, campanhas a favor do consumo legal de mangás, que aparecem em grandes veículos de informação, como os espanhóis El País e o La Repubblica, e o aumento das sentenças de julgamento por pirataria.
Em julho do ano passado, Romi Hoshino, responsável pelo site de pirataria de mangás Manga Mura, teve de pagar a maior indenização pelo crime de pirataria já concedida no Japão. A pena incluiu uma multa de 56 milhões de reais e mais três anos de prisão.
