O responsável pelo Manga Mura, maior site japonês de pirataria de mangás, Romi Hoshino, terá que pagar aproximadamente 56 milhões de reais (1.7 bilhões de ienes) às editoras Shogakukan, Shueisha e Kadokawa. A decisão do Tribunal Distrital de Tóquio se tornou a maior indenização já concedida em uma ação relacionada à pirataria online na história do Japão.
Ativo entre fevereiro de 2016 e abril de 2018, o Manga Mura teve aproximadamente 537 milhões de acessos e 70.000 volumes de mangás disponíveis ilegalmente. Segundo a ABJ (Authorized Books of Japan), uma organização antipirataria formada por editoras e empresas de telecomunicações, os danos causados pelo conteúdo do site são estimados em 320 bilhões de ienes.
Em 2019, Hoshino foi preso nas Filipinas e, no mesmo ano, extraditado para o Japão. Mesmo alegando ser apenas o responsável pelo desenvolvimento e gerenciamento do sistema, ele recebeu a sentença em 2021: multas e a pena de três anos de prisão. Agora, após cumprir a pena, Hoshino solicita novo julgamento. Ele alimenta uma conta no “X” (antigo Twitter) com mais de 100 mil seguidores, cuja descrição é “um programador que gosta de criar coisas. Criou o Manga Mura e foi procurado internacionalmente“.
Não apenas no Japão
O representante da Shueisha, Atsushi Ito, após a decisão favorável às editoras, reforçou que o combate à pirataria continua. “Continuaremos a tomar todas as medidas possíveis para proteger as obras (e autores), fazendo cumprir os seus direitos não só no Japão, mas também em outros países onde ainda ocorrem danos graves”, disse ao The Japan Times. A busca das editoras é que essa se torne uma luta para além das fronteiras, e o Brasil não está de fora. O site de scans Mangá Livre, um dos mais populares do país, foi desativado no ano passado após receber uma série de alertas de violação de propriedade intelectual.