A segunda parte do clássico argentino “O Eternauta”, de
Publicado 15 anos após a obra original, entre 1976 e 1978 na revista Skorpio, a segunda parte se inicia exatamente com as cenas que concluem o primeiro O Eternauta. Na história, o próprio Oesterheld, aterrorizado com o relato do viajante do tempo Juan Salvo, tenta alertar o Juan do presente e seus companheiros sobre o futuro trágico que os aguarda. No entanto, o grupo acaba preso em uma dobra espaço-temporal que os transporta para um futuro remoto e tirânico. Nele, o que restam são ruínas e a sociedade, reduzida a um estado primal, agora é dominada por um ditador de outro mundo.
A publicação marca a última parceria entre Francisco Solano López e Oesterheld, que havia entrado na clandestinidade, devido à sua militância contra a ditadura militar argentina. Diante desse cenário, o subtexto político de “O Eternauta – Segunda Parte” é ainda mais acentuado. Alguns meses antes da publicação do capítulo final, Héctor Oesterheld foi sequestrado pelo regime militar e seu corpo nunca foi encontrado.
Diferentemente da primeira parte, a sequência da HQ não é widescreen. Isso se deve aos formatos originais de publicação, horizontal para a revista Hora Cero, e vertical para a revista Skorpio, nas quais cada uma das partes foram publicadas pela primeira vez na Argentina. Assim como a obra original, “O Eternauta – Segunda Parte” foi publicada no Brasil antes pela editora Martins Fontes.
No fim de abril, “O Eternauta” foi adaptado para uma série da Netflix. Com produção totalmente argentina, a adaptação é estrelada por Ricardo Darín, como Juan Salvo. Uma segunda temporada já está confirmada, embora ainda sem previsão de estreia.