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De Tom King, Rafael de Latorre e Marcelo Maiolo
Série completa: 304 páginas (Vol.1 128 páginas e Vol.2 176 páginas)
Panini Comics | 2024 – 2025
Tradução: Erick Garcia
A série Pinguim, completa em dois volumes, se aproxima muito mais de um thriller policial do que de uma história de super-heróis. Com roteiro de Tom King, arte de Rafael de Latorre e cores de Marcelo Maiolo, a HQ retrata o vilão de forma menos caricata e mais complexa, com um tom sombrio semelhante ao universo de Matt Reeves na TV.
Após um período escondido em Metrópolis, tentando se aposentar e se manter longe do crime, Oswald Cobblepot é forçado pelo governo dos EUA a voltar à ativa e reconstruir seu império.Envelhecido, mas longe de estar enfraquecido, ele retorna a Gotham para retomar o que é seu. Porém, isso desenrola uma guerra contra quem ocupou seu lugar: seus próprios filhos.
King apresenta um Pinguim manipulador, que sabe explorar com sutileza as fraquezas dos personagens, algo que se destaca especialmente no primeiro volume, quando o vilão precisa montar sua nova equipe. Outro ponto central é a aliança peculiar entre Pinguim e Batman, marcada pela manipulação mútua. Essa dinâmica só funciona pela forma como o vilão é desenvolvido.
Porém, o elemento mais fraco da obra é justamente um recurso que, à primeira vista, soa interessante, mas acaba sendo usado em exagero por King. Enquanto o leitor acompanha os acontecimentos, o autor revela constantemente o que se passa na cabeça dos personagens, mas nunca oferece o ponto de vista do próprio Pinguim. A proposta acaba ficando cansativa e comprometendo o ritmo da história. Além disso, a censura nos palavrões, é outro ponto que quebra a imersão e prejudica a fluidez da leitura.
Enquanto isso, no aspecto visual, Rafael de Latorre e Marcelo Maiolo fazem um ótimo trabalho na construção a ambientação sombria e urbana. Vale destacar que a forma como retratam o protagonista está alinhada ao tom do roteiro: um Pinguim ameaçador, mas sem recorrer a um visual caricato, embora vários elementos do seu cânone estejam ali.
De todo modo, é preciso reconhecer como a HQ amarra bem todas as tramas dos personagens secundários à história do Pinguim. No fim, apesar da quebra de ritmo e de uma conclusão um tanto previsível, o quadrinho se destaca para quem busca uma interpretação mais crível do vilão.
