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Uma pesquisa do Instituto GfK, mostrou que as vendas de quadrinhos caíram 9% em 2024 na França. Os dados também mostram uma queda de 4% no faturamento das editoras. Esse cenário dá continuidade à queda observada em 2022 e 2023, depois de um 2021 que surpreendeu o mercado com crescimento de 60% nas vendas. As editoras independentes são as que mais sentiram o efeito desse encolhimento do mercado.
A Çà et Là, conhecida por publicar obras de artistas de mais de trinta países, encontra dificuldades neste momento, mesmo tendo grandes obras em seu catálogo como “Escuta, Formosa Márcia”, de Marcelo Quintanilha, e “La Couleur des Choses” (A Cor das Coisas, em tradução livre), do suíço Martin Panchaud, ambos vencedores do Fauve d’Or no Festival de Angoulême em 2022 e 2023, respectivamente.
Segundo o fundador da editora, Serge Ewenczyk, em entrevista ao Télérama, mesmo que algumas destas obras tenham vendido dezenas de milhares de exemplares, as vendas não conseguem compensar os outros títulos, que não têm vendas tão expressivas.
Para ele, os leitores estão buscando outros tipos de leituras como livros de bolso e mangás. No entanto, dados do primeiro trimestre de 2025, apresentados pelo Le Figaro, também sinalizam uma queda de 14,5% nas vendas de quadrinhos japoneses na França.
Algumas pequenas editoras vêm trazendo abordagens novas para o mercado francês, em busca de sobrevivência. Tanto a Çà et Là quanto outra casa de obras autorais, a Les Requins Marteaux, começaram vaquinhas para balancear as contas. Os financiamentos coletivos têm recompensas exclusivas, que serão sorteadas entre os apoiadores. Ambas as editoras usam a plataforma de crowdfunding francesa HelloAsso, em que as organizações recebem 100% do valor das doações.
