De Orlandeli
66 páginas
Independente | 2021
O terceiro volume de O Mundo de Yang, de Orlandeli, mantém as principais características que nos fazem adorar essa série. A maneira como o quadrinista tem conduzido a trama é fluida, leve e muito divertida em todos os volumes, inclusive em Dois Cortes. E, apesar de ser uma série, é possível tranquilamente ler os volumes de forma independente, já que as histórias são, de certa forma, “fechadas” naquela edição.
Yang segue em sua missão ao lado da Irmandade Flor de Ameixa e, desta vez, o inimigo afeta intimamente seus oponentes. Após o protagonista ser mordido por uma criaturinha curiosa, seus comportamentos passam a ser mais agressivos. Para reverter a situação, Mestre Loh busca um velho amigo e a história se desenvolve. O Mundo de Yang sempre possui ensinamentos diluídos no roteiro, Orlandeli consegue apresentar a filosofia oriental de uma maneira simples, mas nada panfletária ou com jeito de autoajuda.
Como a própria premissa diz, a busca de Yang nesta edição é por entender melhor quem ele é e como se posicionar em um universo onde o confronto é uma regra. É claro que isso conversa muito conosco, com a nossa rotina nas redes sociais, com o mundo em que vivemos.
Na arte temos a fluidez única do quadrinista, com traços leves, esvoaçantes e grafismos para compor os quadros. O domínio da narrativa é evidente e é essencial para que o humor, que é permanente em todas as edições da série, seja efetivo.
É uma delícia ler O Mundo de Yang. Uma leitura que entretém e também nos faz pensar sobre o “eu”, sobre o “nós”, sobre o “outro”. Terminamos essa edição já querendo ter em mãos a próxima.