De John Arcudi e Doug Mahnke
380 páginas
Pipoca & Nanquim | 2020
Tradução: Jeremias Giacomo
Eficaz em seu estranho e ácido senso de humor, O Máskara, de John Arcudi e Doug Mahnke, é um quadrinho que está longe de buscar uma complexidade, é uma obra despretensiosa que, dentro de suas limitações, diverte muito.
Bem diferente do filme de 1994, o quadrinho não é voltado para as crianças. A trama acompanha, inicialmente Stanley Ipkiss, que, ao comprar uma máscara misteriosa em um antiquário, adquire os mais absurdos poderes. A história criada por John Arcudi segue uma linha bem mais sombria, violenta e com um humor bizarro, do que o filme estrelado por Jim Carrey. Além disso, nesta obra, ao contrário do longa, o protagonista se alterna nas histórias. Ou seja, temos diferentes usuários da máscara. Entre eles, destacamos o capítulo em que o Detetive Kelleway assume a figura do Máskara, o nosso favorito.
Curiosamente, a qualidade do roteiro é inversamente proporcional à qualidade do desenho. As ilustrações de Doug Mahnke evoluem muito ao longo do livro. Porém, um ponto que nos incomodou foi a forma como o roteiro se torna repetitivo, basicamente só alterando quem está portando a máscara.
De todo modo, é fascinante testemunhar como uma obra tão violenta virou uma adaptação de uma das comédias mais marcantes dos anos 90. Publicado pela editora Pipoca & Nanquim, a HQ compila três minisséries e pode ser uma boa pedida para quem quer uma leitura mais despretensiosa.