De Matthieu Bonhomme
72 páginas
Trem Fantasma | 2022
Tradução: Simone Carvalho
Em O Homem que Matou Lucky Luke, Matthieu Bonhomme consegue reverenciar a série de Morris, ao mesmo tempo em que tem uma obra que funciona em seu próprio mundo. Nesta aventura do “cowboy que atira mais rápido que a própria sombra”, Bonhomme te convida a descobrir um universo mais realista, mais cinematográfico do que o habitual, mas sem nunca perder de vista o espírito do personagem.
A história começa dramaticamente com o protagonista deitado de bruços na lama, enquanto alguém grita ao fundo que o matou. E então voltamos alguns dias antes, quando Lucky Luke está chegando à cidadezinha de Froggy Town. A princípio, ele só gostaria de passar a noite, mas um problema está acontecendo por lá e sua fama faz com que os cidadãos peçam por ajuda. Porém, o xerife da cidade e seus irmãos não estão à vontade com a presença do cowboy solitário. Assim temos esse conflito que vai se desenrolar durante as páginas.
A HQ cumpre o papel de trazer um tom mais adulto ao plot, de modo suficiente para criar uma tensão na história. Porém, independente da nova abordagem, o humor não é deixado de lado. Inclusive, “explicando” como o protagonista parou de fumar. A trama é um thriller de faroeste comum, nada que você já não tenha visto em outras produções, mas é muito bem construída. Existem, sim, algumas referências a outras histórias, tanto no universo de Lucky Luke quanto a outros faroestes.
As ilustrações têm um estilo mais realista do que a série original, mas ainda assim caricato e marcante. Bonhomme consegue atrair o leitor para o seu mundo, com suas cenas cinematográficas e cores em tons terrosos.
Publicado pela Trem Fantasma, O Homem que Matou Lucky Luke traz uma nova luz ao personagem e faz o leitor ter um outro olhar sobre a obra. Sobretudo, vemos um Lucky Luke mais humano e já queremos mais.