De Grant Morrison e Frank Quitely e outros artistas
160 páginas
Panini Comics | 2021
Tradução: Jotapê Martins
Um pouco confuso no início, mas a história se desenrola bem. Assim é o primeiro volume da fase de Grant Morrison nos X-Men. Um autor que se propôs a contar uma história totalmente nova dos mutantes, sem contextualização e sem qualquer tipo de introdução dos personagens. A partir disso, nasce uma trama instigante, que não se envergonha de deixar o leitor ávido por respostas.
O quadrinho começa com o arco “E de Extinção”, no qual a proposta da vilã apresentada, Cassandra Nova, é de acabar com os mutantes. Segundo Cassandra, eles são uma nova raça dominante e como não atingiram o “ápice” da evolução, ainda estão vulneráveis para resistir.
O desenvolvimento da vilã é razoável e a trama não conquista de imediato. No entanto, temos ótimos momentos, inclusive, um muito marcante envolvendo a ilha mutante de Genosha. Também adoramos ver as inseguranças de alguns personagens, o “novo” Fera, a interação entre Ciclope e Wolverine e a postura de Charles em rede nacional.
A edição ainda conta com um one-shot bem morno e o início do arco “Sem Perigo”, que pareceu promissor. Cada história é desenhada por um ilustrador diferente e o melhor momento, sem dúvidas, é com Frank Quitely. O visual dos personagens (com exceção de Jean), os uniformes e a ambientação, é tudo muito bem-feito. Além disso, Quitely é muito competente no controle do ritmo narrativo.
Para nós, leitores comuns de HQs de heróis, o início da fase do Morrison foi uma experiência bem positiva. É certo que demoramos a nos conectar com a obra, mas ao longo da leitura, as coisas foram se encaixando. E mais, o livro conta com o “Manifesto Morrison”, um material extra que traz muita informação relevante sobre o roteiro, clareando pontos da história.