Nova HQ de Joe Sacco ganha tiragem de 75 mil cópias nos EUA

4 agosto 2025

A nova obra de Joe Sacco, “The Once and Future Riot”, (O Motim de Ontem e do Futuro, em tradução livre) chega ao mercado de língua inglesa em outubro. Só nos Estados Unidos, a tiragem da Metropolitan, que chega às lojas no dia 14, é de 75 mil cópias. O autor, conhecido por obras como “Palestina”, “Notas sobre Gaza” e “Pagar a Terra”, é sinônimo de jornalismo em quadrinhos.

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A obra foi lançada originalmente em 2024 na França, com o título “Souffler sur le feu” (Soprar o Fogo, em tradução livre), pela Futuropolis. Além do lançamento nos EUA em outubro, a obra chega no Reino Unido pela Jonathan Cape, no próximo dia 13 de novembro. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

Nesta reportagem, o autor viaja à Índia para relatar uma série de incidentes violentos entre muçulmanos e hindus que ocorreram em três distritos da região de Uttar Pradesh, na Índia, em 2013. Funcionários do Governo, líderes políticos, chefes de aldeias e vítimas foram entrevistados por Sacco para contar esta história.

Capa da edição dos EUA, publicada pela Metropolitan Books

Em 2020, enquanto ainda estava produzindo o quadrinho, Sacco disse em entrevista para o The Comic Journal que The Once and Future Riot era um quadrinho difícil de trabalhar. Para ele, esta obra é uma reflexão sobre o papel da violência em uma democracia e sobre as origens políticas e religiosas dela.

O quadrinho é, segundo o autor, seu último grande trabalho no jornalismo em quadrinhos. “Porque o mundo é bruto. Depois de um tempo no jornalismo, isso acaba te afetando. Acho que, nos primeiros vinte anos, eu dava um jeito de lidar. Mas, conforme o tempo passa, você entra mais a fundo no que está rolando no mundo, no jeito como os seres humanos se comportam em certas situações”* , contou Sacco em entrevista também ao TCJ.

A obra será lançada um mês depois do anunciado originalmente, após questões envolvendo a impressão do quadrinho, que seria feita na China. Isso acontece pois as gráficas chinesas costumam ter preços e acabamentos melhores, porém é necessário a aprovação do governo do país.

Em entrevista para a revista americana Publishers Weekly, Carolyn O’Keefe, diretora de publicidade de obras de não-ficção na editora Metropolitan, disse que “eles [o governo] contestaram os mapas que mostravam fronteiras que não estavam do jeito que eles gostavam”.

*Tradução de Érico Assis na Virapágina

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