De David Petersen
192 páginas
Conrad | 2023
Tradução: Andréia Fernandes
O segundo volume de Mouse Guard, Inverno de 1152, é ambientado pouco tempo depois da edição anterior. Os ratos estão em uma jornada para levar suprimentos para Lockheaven, que sofre de um desabastecimento ameaçador. Na neve, os ratinhos da Guarda parecem ainda mais sujeitos aos predadores, mas seguem obstinados para alcançar sua missão.
David Petersen mantém a mesma dinâmica da edição que nos apresentou a esse universo medieval protagonizado por ratos, com uma história que se beneficia do contato inicial do leitor com a série. A narrativa busca reproduzir o tom épico das fantasias do gênero e segue trazendo uma leitura divertida, mas que não vai muito além disso. A construção do universo é ótima, porém as aventuras dos pequenos guardiões não nos empolgam como gostaríamos.
Neste segundo volume já conseguimos conhecer e diferenciar melhor os ratos (ainda que seja sempre necessário conferir a cor dos seus adereços). Ainda é insuficiente para uma conexão, mas é o necessário para que a história como um todo seja mais atraente.
Os traços de Peterson reforçam o quão indefesos poderiam ser os pequenos protagonistas. Mas ela também é responsável por ressaltar os seus feitos, como nas cenas de batalha contra predadores bem maiores que eles.
Esta segunda edição confirma algo que havíamos pensado no primeiro volume: Mouse Guard é daquelas obras para ler sem muita pretensão, sem esperar uma saga épica. Ainda que seja um bom divertimento, a série se aprofunda muito pouco na conexão do leitor com os personagens, mesmo com o avançar da trama.