De Alan Moore e outros artistas
160 páginas
Panini Comics | 2021
Tradução: Fernando Lopes e Jotapê Martins
Depois de termos amado os volumes anteriores, a experiência com a parte final de Miracleman foi frustrante. O desfecho da fase de Alan Moore se mostrou, para nós, uma leitura cansativa e enfadonha. Não foi por falta de vontade, tentamos gostar deste terceiro volume, mas não deu. Certas escolhas na forma de contar a história e o uso de uma escrita extremamente prolixa, nesta terceira edição, nos tiraram da obra. Realmente, a impressão que tivemos é de estar lendo outra HQ, uma mudança muito abrupta em relação à abordagem que vínhamos acompanhando na série.
Mesmo com boas ideias, como o confronto intenso contra o Kid Miracleman, os diálogos com a Liz e o momento em que Miracleman e Miraclewoman “refazem” o mundo, a trama não nos prendeu e sentimos dificuldade em nos conectarmos com aquele universo. Apesar de toda empatia pela série, nos dois volumes iniciais.
Já havíamos comentado o quanto Moore estava à frente de seu tempo, ao desconstruir a figura do herói. Só que o autor exagera na quantidade de ideias e joga esse turbilhão de informações, sem respiro. Foi desconcertante.
Não é a primeira vez que dizemos isso aqui: as percepções sobre uma obra variam de acordo com o perfil do leitor. E, definitivamente, a mudança abrupta de Moore no desfecho de Miracleman não nos agradou. Há quem goste, quem considere um encerramento brilhante. Mas, a nossa experiência esteve longe disso.