De Alan Moore e outros artistas
176 páginas
Panini Comics | 2020
Tradução: Jotapê Martins e Levi Trindade
Publicado originalmente no início dos anos 80, a fase de Alan Moore em Miracleman traz uma desconstrução do gênero de super-heróis, quase uma prévia do que o autor faria anos depois em Watchmen. Creditado como “o escritor original” por conta de intensas batalhas judiciais, Moore apresenta uma realidade onde os heróis precisam lidar com a vida real, onde precisam enfrentar problemas comuns. De fato, Miracleman é um quadrinho inovador para época e relevante até hoje.
No primeiro encadernado, intitulado Um Sonho de Voar, conhecemos Michael Moran, um repórter freelancer, casado. Sempre atormentado por dores de cabeça, o protagonista de repente relembra que é capaz de se transformar em um super-herói falando uma palavra mágica: “Kimota”. Após uma amnésia, Moran havia esquecido completamente o que era capaz de fazer. E, a partir deste redescobrimento, Moore cria uma trama recheada de reviravoltas, conflitos internos, flashbacks e, principalmente, o ponto alto desta série pra gente: um herói crível. Um herói sofrendo consequências reais por ter poderes.
A arte de Gary Leach e Alan Davis é sombria e realista, combinando muito bem com o roteiro adulto da obra. No entanto, confessamos que sentimos que a arte oscila ao longo da história.
Dividido em quatro volumes, sendo o último assinado por Neil Gaiman, Miracleman é uma história com um começo arrebatador. Um quadrinho para quem é fã do gênero de super-heróis e quer ver temas que, até então, eram pouco explorados em quadrinhos do gênero.