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De Kun-woong Park (Adaptando livro de Choi Yong-tak)
304 páginas
Conrad | 2021
Tradução: Jae Hyung Woo
Criamos uma certa expectativa antes de ler Memórias de Um Freixo, por ser uma adaptação em quadrinhos de um livro de sucesso da Coreia e, principalmente, pela história nos despertar um interesse em conhecer esse momento específico da história do país. Publicado pela Conrad Editora, o manhwa de Kun-woong Park aborda Os Massacres das Ligas Bodo, uma chacina civil que tirou a vida de milhares de pessoas na Coreia, no verão de 1950. Pouco é visto sobre essa triste tragédia e, sinceramente, até o anúncio da obra, não sabíamos da existência de tal atrocidade. Assim, acreditamos que após a leitura, isso iria mudar. A verdade é que a obra não busca contextualizar o incidente em si, apenas descrever o quão brutal e assustador ele foi.
A partir da perspectiva de uma árvore, o freixo do título, acompanhamos um episódio dos massacres de membros das Ligas Bodo, ocorrido numa área rural. Nesta triste página da história, no início da Guerra da Coreia, militares sul-coreanos executavam todos os civis suspeitos de serem comunistas ou oponentes da guerra.
É doloroso ver os momentos descritos no quadrinho. A falta de compaixão do exército, o absurdo da situação… O autor não poupa o leitor de mostrar a violência do extermínio. É chocante o modo como ele descreve as passagens. E é muito interessante como ele “brinca” com o narrador, como a árvore tenta entender o que está acontecendo ali.
Como comentamos, ficamos um pouco decepcionados por a obra não abordar as Ligas Bodo, não contextualizar a situação. Memórias de um Freixo apenas foca em descrever a crueldade do homem, no momento do massacre. Na arte, o traço Kun-woong Park não é dos nossos favoritos, mas cumpre bem a proposta de retratar a atmosfera sombria da HQ.
Memórias de Um Freixo foi uma experiência chocante de leitura pelo retrato cruel do episódio. Contudo, ficamos com aquele sentimento de frustração por saber que, mesmo sendo uma obra importante de memória, ela não entrega o suficiente para que o leitor compreenda aquela situação.
