De Garth Ennis, Darick Robertson, Lewis Larosa e Leandro Fernández
388 páginas
Panini Comics | 2018
Tradução: Jotapê Martins
Mesmo clichê e previsível, o primeiro volume da coleção Marvel Deluxe do Justiceiro diverte. Com uma premissa bem definida, a HQ de Garth Ennis é um bom quadrinho e um bom passatempo. Apesar disso, o autor não mantém a coerência ao longo de todo o roteiro, o que pode ser uma boa desculpa para trazer grandes sequências de ação e horror gráfico.
O encadernado conta com a minissérie em quatro edições “Born”, que traz um recorte de Frank Castle na guerra do Vietnã. Mais precisamente de sua última participação. Uma história para entendermos um pouco do psicológico de Frank, para entendermos que a morte de sua família foi apenas a virada para que se tornasse o Justiceiro. Ele já era perturbado desde muito antes.
Na nossa opinião, esta minissérie foi o ponto alto da leitura, porque propôs algo além do roteiro voltado para uma história de ação desenfreada, como vimos na sequência em “No Princípio” e “Inferno Irlandês”. Essas duas histórias focam no Justiceiro já estabelecido. Mesmo trazendo bons momentos, não há novidades. Já vimos esse tipo de trama tantas vezes, e isso cansa.
Realmente, as cenas de ação são incríveis, o ritmo cinematográfico é muito bom, só que o roteiro é simplista, um fiapo motivado a violência exagerada. Além disso, sentimos falta do humor típico dos trabalhos de Ennis. Talvez seja porque a história parece tão no “piloto automático”, que essa característica do roteirista não ficou tão destacada na trama.
O livro conta com artes de Darick Robertson, Lewis Larosa e Leandro Fernández. As ilustrações são boas, valorizam a narrativa cinematográfica e as sequências de ação.
Intitulado Justiceiro: No Princípio, o primeiro encadernado da coleção Marvel Deluxe do personagem é um bom passatempo, uma leitura que diverte por algumas horas, só que não passa muito disso. A longo prazo, acaba se tornando uma história totalmente esquecível.