De Aline Brosh McKenna e Ramón K. Peréz
228 páginas
Pipoca & Nanquim | 2019
Tradução: Marília Toledo
A releitura de Jane Eyre de Aline Brosh McKenna e Ramón K. Peréz possui todo o clima de histórias como as comédias românticas que consagraram o trabalho de McKenna. A roteirista de O Diabo Veste Prada não se intimida com o peso da obra original, escrita por Charlotte Brontë, ao trazer uma trama com diversas adaptações e um toque moderno.
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Conhecemos Jane, uma jovem órfã que finalmente deixa o interior para viver na maior cidade dos Estados Unidos, Nova York. Lá, sua vida muda completamente, após se tornar babá da pequena Adele e conhecer o misterioso pai da menina, o milionário Rochester. Para os leitores do clássico romance de Brontë, esses nomes podem parecer familiares, mas, a começar pelo local onde se passa a história, a autora reinventa a trama original.
Talvez devido a esse distanciamento do Jane Eyre clássico, a história não agrade a todos os gostos. O roteiro é simples e cheio de situações ocasionais que nos pareceram pouco verossímeis, mas esse parece ser o objetivo de McKenna, trazer para uma obra do século XIX o estilo livre das histórias modernas e descompromissadas.
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A arte de Ramón colabora para o visual moderno e cinematográfico da obra, com sequências cheias de movimento e ângulos. Esse é um dos pontos altos do quadrinho, desenvolvendo um ambiente divertido e visualmente impactante.
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Jane é uma jovem forte e determinada, apesar de ter algumas decisões duvidosas, que contradizem seu desenvolvimento como personagem. Acompanhá-la é divertido, principalmente para leitores que carregam consigo o gosto por narrativas mais leves, como as histórias de McKenna.