De Tom Taylor, Darick Robertson e Diego Rodriguez
152 páginas
Panini Comics | 2021
Tradutor: Diogo Prado
Hellblazer: Ascensão e Queda é uma leitura frustrante. Uma história de suspense policial sem mistério, com personagens sem carisma, diálogos rasos e motivações questionáveis. Tom Taylor cria um roteiro que soa preguiçoso e que te tira da leitura pelas situações forçadas e mal desenvolvidas.
Na trama, misteriosamente, bilionários têm aparecido mortos com asas de anjo presas nas costas. John Constantine vai descobrir que essa série de assassinatos tem conexão com sua infância. Assim, ele se junta a uma velha amiga, a detetive Aisha, para investigar esse passado, que tem voltado para assombrá-lo.
Taylor mostra um pouco dos primeiros anos de John e sua relação conturbada com o pai é o destaque. Esse componente emocional na história é, sim, interessante na obra. No entanto, a HQ conta com muitos pontos que deixam a desejar. Como comentamos, os diálogos são bobos e as situações são resolvidas de forma fácil demais. Além disso, por se tratar de um suspense policial, o mistério é revelado de forma rápida, o que torna mais da metade do roteiro telegrafado. É importante ressaltar que a obra tem uma pegada politizada, com críticas à desigualdade social.
Na arte, Darick Robertson faz um bom trabalho e valoriza o clima sombrio do quadrinho. Seus rostos expressivos capturam bem o tom do momento. Já o design de personagem de Lúcifer não nos empolgou, com uma representação bem “clichêzona”. Ainda assim, as ilustrações de Robertson foram o ponto que mais nos agradou em todo quadrinho.
Hellblazer: Ascensão e Queda é uma HQ que, infelizmente, não funcionou pra gente. Talvez, devêssemos simplesmente admitir que não somos o público-alvo desta versão mais diluída de John Constantine.