De vários artistas
168 páginas
Harvi | 2022
O legado de Harvi vai muito além do que está ali no papel. Parte da diversão da antologia criada por Marcos KZ é conhecer novos quadrinistas. Com uma extensa lista de convidados, a coletânea se propõe a contar a cada capítulo uma história diferente, com apenas uma constante: que seja pessoal. Assim, temos uma HQ com uma abordagem libertadora, não só para os criadores, mas também para os leitores, por investir nessa experiência imaginativa. O leitor pode buscar seus próprios significados nas tramas introspectivas ali contadas.
Com um time de 15 artistas envolvidos, a Harvi explora muito bem a pluralidade de histórias, gêneros e estilos. E, obviamente, como em qualquer produto neste modelo, que reúne um número alto de participantes, existem vantagens e armadilhas. Não saber o que você terá a seguir, e como a história será contada é um dos pontos mais interessantes. Embora, também, seja comum ter uma inconstância na qualidade dos contos.
Nem toda trama vai ter um significado e alguns leitores podem ficar incomodados com a proposta “incompleta” de algumas delas. Mas, na nossa visão, esse também é o charme da Harvi. Entre os destaques citamos: “Espuma”, de Mayara Lista; “Forrest Gump Nunca Soube (…)”, de Bruno Guma; “Pixin! Pixin! Pow! Pow!”, de André Ota, e “Luto”, de Helô D’Angelo.
A primeira edição do livro conta com coedição de Aline Zouvi, que também assina a capa. Harvi tem uma proposta fértil, de poucas regras e restrições. Uma iniciativa ambiciosa na qual vale a pena mergulhar, especialmente pelas surpresas que serão encontradas.