De Shingo Honda
352 páginas
Conrad | 2025
Tradução: Bruna Ogawa
Happy Land oferece ao leitor vislumbres de diversão pelo exagerado nonsense que envolve a narrativa. Lançado no Brasil pela Conrad em volume único, o mangá de Shingo Honda até tem claramente um propósito de convencer o leitor pelo drama familiar, mas não é aí que a história realmente funciona.
A trama gira em torno da aparentemente comum família Komiya: o pai Kenji, a mãe Misa, o filho Ritsu e a caçula Rin. Após muito tempo sem viajar juntos, Kenji decide levá-los para um passeio cujo destino mantém em segredo. No caminho, porém, eles se perdem e acabam chegando a um misterioso parque de diversões.
Recepcionados por um homem usando uma máscara de coelho, eles logo percebem que, assim como outros visitantes, estão presos em um jogo de sobrevivência. A única forma de escapar é participando das atrações do parque para alcançar a “felicidade verdadeira”. Caso contrário, a morte é certa. A cada desafio, corpos se acumulam, segredos vêm à tona e a harmonia dos Komiya se quebra, revelando que aquela está longe de ser uma família perfeita.
Happy Land é um mangá movido por engrenagens bem genéricas, mas funciona sempre que Shingo Honda abraça a cafonice para gerar entretenimento. O problema é quando a história, cheia de furos, quer forçar um drama familiar. Essa insistência do autor em desenvolver um drama sério acaba prejudicando o que realmente funciona na HQ: o entretenimento besta.
Na parte visual, os desenhos de Honda são simples, mas cumprem bem o papel, especialmente explorando a ultraviolência e o gore.
No fim das contas, Happy Land é uma leitura totalmente despretensiosa. Apesar de tentar ter alguma ambição narrativa, não é ela que fisga o leitor, o que realmente prende neste mangá é o exagero e o bizarro.