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De Georges Bess
208 páginas
RISCØ | 2024
Tradução: Renata Silveira
Georges Bess, que já havia adaptado Drácula, de Bram Stoker, para os quadrinhos, agora traz sua versão de Frankenstein, de Mary Shelley. Mais uma vez, ele entrega um trabalho impressionante, revigorando um clássico do imaginário popular. Embora fiel ao romance gótico e sem grandes surpresas para quem já conhece a trama, sua abordagem se destaca pela grandiosidade visual, reinventando o horror e a melancolia do livro original.
A história gira em torno de dois personagens centrais. Victor Frankenstein, um jovem cientista que movido pela ambição e pela obsessão pelo conhecimento, desafia os limites ao criar uma criatura a partir da morte. E o monstro, que é ao mesmo tempo vilão e vítima, carrega a dor de uma criança abandonada, perseguida e rejeitada por todos que cruzam seu caminho. Seu único desejo é não estar sozinho.
Para além das reflexões morais e filosóficas que a obra propõe, o grande destaque é a impressionante transformação da criatura. Ao longo das páginas, é impossível não sentir sua dor, medo e fúria. E é exatamente essa intensidade que Georges Bess consegue captar com maestria em sua adaptação. O terror não se manifesta apenas na presença imponente desse ser, mas, sobretudo, nas sensações que suas aparições despertam.
O visual da HQ é a cereja do bolo. Com um uso magistral do preto e branco, Bess captura a angústia profunda que permeia a obra do início ao fim. Seus painéis imersivos, especialmente nas paisagens do Polo Norte e das florestas, são impressionantes. Além disso, como era de se esperar, o design do monstro é assustador.
Publicado pela Risco Editora, Frankenstein de Bess não é apenas uma adaptação em quadrinhos da clássica história de Mary Shelley, mas uma interpretação visceral e marcante. Com seu traço único, o quadrinho reafirma o poder da nona arte em reinventar narrativas atemporais, oferecendo ao leitor uma experiência intensa e inesquecível.
