De Michele Masiero e Corrado Mastantuono
144 páginas
Panini Comics | 2019
Tradução: Julio Schneider
O primeiro volume de Deadwood Dick, de Michele Masiero e Corrado Mastantuono, usa uma narrativa empolgante e uma bela arte para guiar o leitor pelos caminhos que levaram Nat Love até o Nono Regimento de Cavalaria do Exército. A trama já se inicia com muita ação, dando tom a essa HQ que é uma bela homenagem aos faroestes, mas com a inclusão de personagens que poucas vezes ganhavam holofotes nas tramas do gênero.
Em Negro Como a Noite e Vermelho Como Sangue, o protagonista conta diretamente ao leitor passos da sua história, desde a fuga de um linchamento até a entrada no regimento do exército americano voltado a soldados negros. As passagens são recheadas de aventuras, piadinhas e ponderações sobre o racismo latente. A HQ é ambientada pouco tempo após a abolição da escravidão nos EUA, e é notável o quanto esse contexto é importante para o desenvolvimento da obra, que tem como base de pesquisa o livro Black Hat Jack: The True Life Adventures of Deadwood Dick as told by His Ownself.
Com um ritmo certeiro, o quadrinho desenvolve rapidamente uma relação entre protagonista e leitor, uma vez que estamos sendo diretamente guiados por ele. A experiência de leitura é muito divertida e cria espaço para todo o universo que virá. A arte em preto e branco é deslumbrante, marcada pelo contraste entre luz e sombra.
Especialmente indicada para os amantes de aventura e de faroestes, Deadwood Dick nos parece uma série muito promissora. Mais uma vez, a editora Panini acerta em trazer esses lançamentos mais recentes da editora Bonelli. Um casamento perfeito entre aventura e reflexão sobre questões raciais.