
Quadrinhos ambientados na Segunda Guerra Mundial não são uma novidade no cenário franco-belga. A cada ano novas obras são lançadas sobre esse tema inesgotável, entre elas o último vencedor do Grand Prix de La Critique ACBD e do Fauve d’Or em Angoulême, “Deux filles nues”, de Luz, anunciado recentemente pela Conrad.
A busca nas livrarias francesas corresponde, como apontou uma reportagem do portal BFM.TV. “Nenhum outro tema funciona tão bem na loja. Não faria sentido termos seções de ficção científica, filosofia ou fantasia heroica. Mas se removêssemos nossa seção da Segunda Guerra Mundial, parte da loja ficaria vazia de leitores”, explica o livreiro Alex, da loja especializada em quadrinhos Aaapoum Bapoum em Paris.
Outro sucesso recente das HQs francesas sobre a Segunda Guerra Mundial é a série “Madeleine, Resistente”, de
Outro ponto que explica o interesse renovado pela Segunda Guerra é o fato de as histórias contadas hoje não serem necessariamente as mesmas de décadas atrás. “Nossa compreensão dessa história foi feita em camadas. Tendemos a abordar essa história através das lentes do Holocausto ou de Auschwitz, quando tudo vai muito além. Por exemplo, não foi até a década de 1990 que começamos a falar sobre o genocídio de ciganos e homossexuais. Esse período pode parecer infinito e inesgotável”, ressalta o quadrinista Ivan Gros, autor da HQ “Kinderzimmer”, inédita no Brasil.