Bowie: Stardust, Rayguns & Moonage Daydreams

11 setembro 2024

De Mike Allred, Steve Horton e Laura Allred
164 páginas
Panini Comics | 2020
Tradução: Fabiano Denardin

É difícil simpatizar por Bowie: Stardust, Rayguns & Moonage Daydreams, um quadrinho que dificilmente vai agradar o fã e muito menos quem espera conhecer mais sobre o icônico artista. É verdade que a missão parecia difícil, mas a HQ de Escrito por Mike Allred e Steve Horton passa longe de ser uma boa homenagem, não fazendo jus ao talento dos quadrinistas envolvidos e nem ao legado do biografado.

O quadrinho se dedica a contar o início de carreira do camaleão do rock, nos anos 1960 e 1970, levando os leitores à criação e a aposentadoria de talvez sua persona mais conhecida, Ziggy Stardust. Mesmo escolhendo relembrar esse “pequeno recorte” da vida de Bowie, os autores pecam no desenvolvimento da narrativa, ao ponto de parecer que o leitor está diante de uma lista genérica com tópicos relevantes da carreira do músico. Não há estrutura narrativa decente, foco ou sequer profundidade .

Aparentemente, a prioridade de Allred e Horton não era contar uma história coesa e, sim, mostrar os famosos que Bowie conheceu. E isto é uma pena, já que se tratando de um artista tão complexo, o que não falta é material para se aprofundar. Para piorar, o livro se torna ainda mais preguiçoso na segunda metade, com diálogos mais curtos e focados em paineis. Dito isso, o maior obstáculo do leitor nesta HQ é se prender à leitura.

Apesar de todas as suas falhas, Bowie: Stardust, Rayguns & Moonage Daydream é visualmente formidável. Aliás, a arte é o elemento mais forte da HQ. As composições de páginas, as reproduções de cenas épicas, tudo é bem feito por Mike Allred, mesmo com seu traço, para nós, engessado. No entanto, esses desenhos não teriam o mesmo impacto sem as cores de Laura Allred, que é quem realmente brilha.

Lançado pela Panini Comics, Bowie: Stardust, Rayguns & Moonage Daydreams é uma experiência — infelizmente — chata, rasa e fria. É uma pena que, ao se preocupar com a ideia de agrupar o maior número de eventos, a HQ se esqueça do mais importante: contar a história de um ícone da música.

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