De Kan Takahama
460 páginas
Pipoca & Nanquim | 2021
Tradução: Drik Sada
O segundo volume de A Lanterna de Nix mantém o ótimo ritmo que Kan Takahama conseguiu desenvolver no início do mangá. Nesta edição, há uma mudança na dinâmica na trama, que se passa em dois núcleos: um no Japão, onde acompanhamos Miyo e a loja de artigos ocidentais, e outro em Paris, onde Momotoshi Koura começa um novo empreendimento, vendendo aos europeus produtos japoneses. A divisão da trama funciona bem, equilibrando as duas partes e adicionando novos personagens ao roteiro. Nesta edição a história avança ainda mais, seguindo o tom leve e divertido proposto pela autora.
Um dos grandes destaques de A Lanterna de Nix é o cuidado com a representação histórica. A mangaká é uma apaixonada pelo assunto, por isso é notável que ela vai inserindo detalhes ao longo da trama e os aprofundando ao fim de cada capítulo. O núcleo parisiense é repleto de novas menções a objetos, lugares e costumes do passado e fez com que a edição se expandisse para além do que já havia sido apresentado no volume anterior, mais focado na abertura das fronteiras do Japão para o ocidente.
Embora o início da nossa aventura ao lado de Miyo tenha sido o ponto mais empolgante (e encantador) até aqui, a série conseguiu prender nossa atenção. Nos importamos ainda mais com os personagens, à medida que Takahama insere revelações na trama e nos faz conhecer um pouco mais sobre eles, por meio de flashbacks. Outro destaque é a arte da mangaká, que funciona muito bem para o tom histórico do mangá.
Embora, como ressaltamos, essa seja uma trama com muitos elementos históricos, A Lanterna de Nix não é uma obra que tem a preocupação de ser preciosista, nesse sentido. Essa é uma HQ leve, descompromissada e divertida. Em resumo, um ótimo entretenimento. Que venha o terceiro e último volume.