De Christopher Priest e Carlo Pagulayan
256 páginas
Panini Comics | 2024
Tradução: Bernardo Santana
À primeira vista, o ponto inicial de Superman: Perdido é promissor. E, de fato, a primeira metade da HQ mantém o leitor envolvido e cumpre com as expectativas. Temos a história de um herói fragilizado emocionalmente e lidando com um trauma, depois de passar vinte anos preso a milhões de anos-luz de distância da Terra, incapaz de voltar para casa. No entanto, a busca do Homem de Aço para tentar encontrar o caminho de casa e ainda se redescobrir tem um desenvolvimento acelerado e uma quantidade de subtramas exagerada, que não consegue transmitir metade do que se espera da leitura.
No quadrinho de Christopher Priest e Carlo Pagulayan, o Superman é chamado para uma missão com os outros membros da Liga da Justiça, mas algo dá errado e ele é sugado para o espaço, onde vive vinte anos de exílio. Porém, a passagem do tempo na Terra é diferente. Na perspectiva de quem ficou no nosso planeta, Clark ficou fora apenas por algumas horas.
A partir daí, temos duas histórias entrelaçadas. A primeira vai nos contar o que o Superman viveu no tempo em que vagou pelo espaço à procura de sua casa: as misteriosas experiências, os novos amigos, o lar que abraçou… Enquanto a segunda narra os acontecimentos após o seu retorno enquanto o herói tenta se reconstruir, após ficar completamente afetado pela odisseia cósmica, ao ponto de não se conectar mais com sua antiga casa.
Como comentamos, o início nos instiga e nos deixa apreensivos pelo desenrolar da história. O tom sombrio e a forma como que o autor desenvolve o lado humano do herói, trazendo o Superman muito mais frágil do que costuma ser em suas HQs, é convincente. Porém, a segunda parte parece se perder um pouco, introduzindo subtramas apressadas, que desviam o foco e não fazem muito sentido.
Carlo Pagulayan, responsável pela arte de quase todo o quadrinho, traz um bom impacto ao representar a grandeza cósmica e a diversidade de espécies e planetas. Outros quadrinistas, como Lee Weeks e Dan Jurgens, participam em alguns trechos.
Superman: Perdido talvez mereça mais elogios pelo seu conceito do que pela execução. Uma minissérie que funcionaria melhor com menos páginas e mais concisão.