Superman Esmaga a Klan

Superman Esmaga a Klan tem todos os elementos de uma boa história para jovens leitores. Tendo em mente que este é um quadrinho inteiramente pensado para o público adolescente, a leitura se torna um passatempo divertido, sem deixar de lado pontos relevantes. Gene Luen Yang nos apresenta aos irmãos Lee, duas crianças que acabam de se mudar de Chinatown para o centro de Metrópolis, com a família. Embora este seja, sim, um quadrinho sobre o Homem de Aço, o protagonismo da HQ é mais focado na dupla Roberta e Tommy Lee.

Além da dificuldade de adaptação ao novo bairro, os irmãos precisam lidar com uma questão muito mais tensa: sua família está na mira da Klan. Para combater os supremacistas brancos, eles contam com a ajuda do Superman, que se envolve no conflito. Mas a verdade é que o herói também terá uma jornada de descobertas a partir dessa situação.

O autor insere várias referências à história do Superman, como o programa As Aventuras do Superman, que já havia trazido o conflito entre o Homem de Aço e a KKK, há mais de 70 anos (tudo bem detalhado no posfácio do autor). Essas inspirações são mescladas a dilemas que seguem urgentes, como a xenofobia, apesar de se tratar de uma história ambientada em 1946. Mesmo que traga um assunto sério, a roupagem segue sendo de uma HQ teen, ou seja, ainda temos direito a resoluções simples e situações convenientes. O que torna essa uma ótima leitura, é saber para quem a obra foi pensada.

A arte do estúdio Gurihiru tem um estilo que remete aos mangás, principalmente em relação ao rosto dos personagens. A equipe contribui para o tom mais infantil do gibi e entrega boas cenas de ação.

Superman Esmaga a Klan é uma obra para ir sem muitas expectativas. Não pense que este é um quadrinho que irá reinventar o gênero ou entregará muita densidade na abordagem. Mas, sem dúvidas, temos aqui um bom entretenimento, em uma trama que não subestima o leitor (independente da idade), trazendo para o foco um tema importante, sem jamais parecer enfadonho.