Marjane Satrapi é condecorada com o Prêmio Princesa das Astúrias

1 maio 2024
Por Fora do Plástico

A quadrinista e cineasta iraniana Marjane Satrapi, autora de “Persépolis”, foi laureada nesta terça-feira (30) com com o Prêmio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades. Concedido pela Fundação Princesa das Astúrias, o prêmio é um dos mais importantes da Espanha e condecora personalidades que tenham alcançado feitos notáveis nas áreas das ciências, humanidades ou vida pública.

Em nota, a Fundação descreve Satrapi como uma voz essencial na defesa dos direitos humanos e da liberdade. “O Prêmio deseja destacar o talento de Marjane Satrapi para reinventar as relações entre arte e comunicação, como na sua graphic novel  ‘Persépolis’, na qual capta exemplarmente a procura de um mundo mais justo e inclusivo”, diz o comunicado oficial.

A artista agradeceu a condecoração, apesar de dizer, “sem falsa modéstia”, que não sabe se o que fez pela humanidade foi tão notável. “Mas como vocês, ilustres membros do júri, me escolheram, aproveito esta oportunidade para celebrar a luta feroz do meu povo pelos direitos humanos e pela liberdade. Hoje homenageamos todos os jovens que perderam a vida e aqueles que continuam a luta pela liberdade no Irã, reforça a autora.

Nos quadrinhos, apenas o argentino Quino, criador da Mafalda, havia sido laureado na categoria Comunicação e Humanidades, em 2014. Nomes como Umberto Eco, Annie Leibovitz e os veículos jornalísticos El País, CNN e a revista Nature também foram premiados.

Lançamento em breve

Além do clássico “Persépolis”, que conta sua infância e juventude, marcadas pela Revolução Iraniana, Marjane Satrapi teve outros dois quadrinhos publicados no Brasil pela Quadrinhos na Cia., “Bordados” e “Frango com Ameixas”.

Em junho, a editora irá publicar o mais novo projeto da artista iraniana, “Mulher, Vida, Liberdade”, que reuniu diversos artistas para retratar os protestos pelos direitos das mulheres que se espalharam pelo Irã, em 2022, após a jovem Mahsa Amini ser espancada até a morte pela polícia religiosa. Seu crime foi não usar de maneira “correta” o hijab, véu imposto às mulheres pela República Islâmica. Entre os quadrinistas envolvidos estão Bahareh Akrami, Paco Roca, Winshluss e própria Satrapi.

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