De Kevin Eastman, Peter Laird, Tom Waltz, Ben Bishop, Esau Escorza e Isaac Escorza
228 páginas
Pipoca & Nanquim | 2023
Tradução: Jeremias Giacomo
O Último Ronin é uma história de redenção. Diferente das típicas aventuras das Tartarugas Ninja, essa trama é ambientada em uma Nova York distópica, onde apenas uma Tartaruga segue viva.
Apesar de, de certa forma, a premissa apelar para o afeto do leitor pelo quarteto de heróis, a HQ publicada pela Pipoca & Nanquim, em um único volume, é acessível a qualquer um, funcionando também como um possível “desfecho” para a série. O quadrinho marca o retorno dos criadores originais Kevin Eastman e Peter Laird que, junto de Tom Waltz, aparecem como autores do roteiro. Vale dizer que Eastman e Laird ficaram mais de duas décadas sem trabalhar juntos por causa de diferenças criativas.
Como comentamos, a trama acompanha o único sobrevivente dos quatro irmãos, em uma jornada clássica de vingança. O mistério da identidade desta Tartaruga nos pareceu ter sido revelado rápido demais, mesmo sabendo que foi uma manobra narrativa para trazer flashbacks com o final trágico de cada uma.
Embora o enredo seja simples, cheio de referências requentadas e diálogos que beiram a pieguice, O Último Ronin é uma leitura envolvente tanto para o leitor nostálgico quanto o novato na franquia. Como é de se esperar de uma história de vingança, temos muitas lutas e momentos melancólicos, com o protagonista em uma situação de desequilíbrio emocional. Destaque para as cenas dos três irmãos ausentes “assombrando” a mente da Tartaruga sobrevivente.
Na arte, Ben Bishop, Esau Escorza e Isaac Escorza transmitem de forma bem decente o universo inóspito da trama. A estética cyberpunk, o tom sombrio e sujo são bem explorados visualmente. Um recurso interessante são os flashbacks que alternam no traço, inclusive com Kevin Eastman desenhando no estilo da coleção histórica.
De fato, O Último Ronin é uma HQ repleta de clichês e um pouco previsível. Mesmo assim, não deixa de ser uma leitura divertida e uma oportunidade para rever velhos conhecidos, mesmo que a situação para eles não seja nada agradável.